sábado, 5 de março de 2011

O CRENTE E O FRUTO DO ESPIRITO

(Gl5.22).
Introdução.
• Fruto do Espirito produz em mim caráter.
• Fruto do Espirito é resultado da presença do Espirito Santo em nossa Vida.
• Fruto do Espirito traz o caráter de Cristo em nossa vida.
• Fruto do Espirito me faz parecido com Cristo.
• Fruto do Espirito é uma evidência que a velha natureza morreu...

I. O Perfil nitidamente claro tanto da velha natureza, como da nova vida com Cristo.
• As Obras da carne – (Gl5.19-21).
• Fruto do Espirito – (Gl5.22).

II. O Fruto do Espirito produz em nós três características de vida:
• Vida Espiritual - relacionamento com Deus, "Amor, Alegria, Paz".
• Vida Externa - relacionamento com próximo, "longanimidade, benignidade, bondade".
• Vida Interna - relacionamento consigo mesmo, "fidelidade, mansidão, domínio próprio".

III. O FRUTO DO ESPÍRITO

1. AMOR

A. TIPOS DE AMOR

AMOR ÁGAPE –(Divino)
Amor abnegado, amor profundo, amor constante.
Texto Base – (Jo3.16)

AMOR PHILIA –(Fraternal)
Amor fraternal, ou Bondade fraterna, entre irmãos.
Texto Base – (2Pe1.7;Lc6.32)

AMOR EROS – (Físico)
Amor que emana dos sentidos naturais, instintos e paixões.
Texto Base –(Gn39.7-20;1Rs11.1)

AMOR ESTORGE –(Afetivo)
Amor romântico, amor familiar, amor conjugal, amor domestico, amor afetivo.
Texto Base – (Ef5.25-28)

O Amor que foi manifestado na vida de Jesus foi o ágape, amor divino...

b. O AMOR ÁGAPE POSSUI TRÊS DIMENSÕES:
Texto base – (Lc10.27)
• A Dimensão vertical – amor em direção a Deus
Texto base – (Dt6.3-5;Jo14.21;14.15;14.23,24)
• A Dimensão horizontal – amor em direção aos nossos semelhantes
Texto Base - (Lv19.18; 1Jo4.7,8,12,20; Lc10.30-37; Lc6.27-36)
• A Dimensão interior – amor em direção a nós mesmos
Texto Base -

C. AS CARACTERÍSTICAS DESTE AMOR

Reflexão – (1Cor 13.4-7)
1. Amor é sofredor
2. Amor é benigna
3. Amor não é invejosa
4. Amor não trata com leviandade, não se ensoberbece
5. Amor não se porta com indecência
6. Amor não busca seus interesses
7. Amor não se irrita
8. Amor não suspeita mal, não mantém registros dos erros.
9. Amor não folga com a injustiça, mas com a verdade.

Conclusão - tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.


2. ALEGRIA
Billy Graham, disse: Certa vez seu Sogro, voltando do túmulo do seu jovem filho escreveu a sua mãe: “Há lagrimas em nossos olhos, mas alegria em nossos corações”.
A Alegria que o Espírito Santo põe esta acima das circunstâncias.
Texto Base –(Jo15.11; 1Tess1.6)

a. TERMO NO ORIGINAL:
• A palavra alegria ou gozo, no original é traduzida pela palavra grega “Chara”, significa que esta alegria cuja base está baseada em Deus, A Alegria cujo fundamento é Deus.
• O Termo “Chara” não é a alegria que vem das coisas terrenas, mas está baseada em uma relação com Deus.

É uma alegria que não é determinada pelas circunstâncias, mas é uma qualidade constante em qualquer situação, quer boa ou ruim, porque está fundamentada em Deus. Texto Base – (Fl4.11,12)

b. FONTES DA ALEGRIA DIVINA:

5.1. Na salvação – (Sl13.5; Sl31.7; 32.11,35.9; Is61.10)
5.2. No Espírito Santo – (Rm15.13)
5.3. Na Presença de Deus – (Lc1.47; Fp4.4; Sl16.11)
5.4. Na Palavra de Deus – (Jr15.16)
5.5. Na Benção de Deus – (Sl126.3)
5.6. Na Esperança em Deus – (Rm12.12)

c. O FRUTO DA ALEGRIA PRODUZ NO CRENTE!
• Rosto Radiante –(Pv15.13)
• Refletimos a Cristo – (2Cor3.18)
• Cânticos Espirituais – (Sl149.1-5;Ef5.18-20;Tg5.13)
• Força Espiritual – (Ne8.10)

3. PAZ
TERMO NO ORIGINAL: A palavra Paz no original, do hebraico é Shalom.
Paz do Espírito Santo diz respeito a um estado ou condição de Tranqüilidade ou Quietude,Unidade, Harmonia, Segurança, ou Confiança.


a. JESUS E A PAZ:
• Jesus é o detentor da paz.(Is9.6)
• Nasceu debaixo duma mensagem de paz.(Lc2.14)
• Enviou pregadores pregando paz.(Lc10.5)
• Foi mediador entre Deus e os Homens para ter paz.(1Tm2.5)
• Nós deixou a paz.(Jo14.27)


b. A PAZ E SUAS DEFINIÇÕES:
Definindo na Bíblia a paz:
• PAZ COM DEUS
5.1. A Paz com Deus vem através da nossa conversão.(Rm5.1,2)
5.2. A Paz vem através da Reconciliação.(2Cor5.18-20)
5.3. A Paz veio através do sofrimento da Cristo.(Is53.5;Ef2.13-17)

• PAZ DE DEUS
5.1. Paz deve nos dominar.(Cl3.15)
5.2. Paz deve estar no nosso interior.(Jo14.26,27)
5.3. Paz deve guardar os nossos sentimento.(Fl4.7)
5.4. Paz que nos preserva.(Is26.3)

• PAZ COM OS HOMENS
5.1. Deve termos paz com todos.(Rm12.18)
5.2. Deve ser buscada pelo crente.(1Pe3.11)
5.3. Deve ser guardada pela igreja.(Ef4.3,4)
5.4. Bem aventurado os pacificadores.(Mt5.9)

C. OS PASSOS PARA OBTER A PAZ!

1. Aceite Cristo em sua vida.(Ef2.14)
2. Conheça a Deus e coloque-se sob seu controle.(Jó22.21)
3. Confie em Deus de todo teu coração.(Is26.3)
4. Ame a Palavra de Deus.(Sl119.165)
5. Viva em Justiça.(Is32.17)

Estudamos as três virtudes do fruto em relação a Deus, vamos estudar agora as três em relação ao próximo...

4. LONGANIMIDADE

Termo no Original – Grego significa “Makrothumia” (Makros – que significa – “Longo”, “tardio”, e Thumia, quer dizer “ânimo”, “temperamento”, “natureza” e “disposição”).

Longanimidade produz no crente:
Autodomínio diante das provas consegue conter-se ou refrear-se.
Não é precipitado em acertar contas ou punir.
Não se entrega nas circunstâncias difíceis ou sob provações contínuas.
É a perseverança ou a capacidade de suportar

a. CRISTO E A LONGANIMIDADE:
• Você suportaria um Judas, Pedro, Filho de Zebedeu, Tiago e João? (Mt18.1,2;Mt20.17)
• Você suportaria uma afronta como a de satanás? (Mt4.1)
• Você suportaria afrontas como a dos sacerdotes, escribas e anciões? (Mc11.27-33)
• Você atenderia um samaritano depois de ser rejeitado por eles?(Lc9.51-56; Lc17.11-19; At1.8)
• Você desceria ou ficaria na cruz diante daquelas afrontas? (Lc22.33-39)

b. CRISTÃO E LONGANIMIDADE:
• Cristão longânimo é pacificador.(Mt5.9)
• Cristão longânimo é misericordioso.(Mt5.7; Mt23.23)
• Cristão longânimo tem autodomínio.(Mt5.22-25)
• Cristão longânimo suporta afrontas, até como um tapa na face.(Mt5.39)
• Cristão longânimo larga a capa.(Mt5.40)
• Cristão longãnimo caminha a segunda milha.(Mt5.41)
• Cristão longânimo suporta até os inimigos.(Mt5.43-48)


5. BENIGNIDADE

Charles Allen faz a seguinte observação:
“No nosso desprezo pelo pecado podemos nos tornar rudes e grosseiros com o pecador...Algumas pessoas parecem ser tão apaixonadas pela justiça que não tem mais lugar para a compaixão pelos que caíram”

a. Termo no Original.
A palavra benignidade, no original do grego é “chrestotes”, que significa bondade como qualidade de pureza e também como disposição afável em termos de caráter e atitudes. Abrange Ternura,compaixão e brandura...

b. Definindo a palavra Benignidade:
É uma natureza permeada de gentileza, uma Delicadeza que acaba com tudo que é rude e grosseiro.
É uma virtude que nos dá condições de tratar os outros com carinho e meiguice...

c. O PERFIL DE UMA PESSOA BENIGNA:
• É gentil...
• É tratável...
• É educada...
• É moderada nas palavras...
• Procura ajudar os outros...
• Procura restaurar pessoas...
• É amigável...
• Não deseja o mal do seu próximo...
• É pura de espirito, não cogita o mal a ninguém...

Aplicação: Se as pessoas dizem, “esta pessoa é uma pessoa boa, elas estão dizendo, está pessoa é benigna”.

6. BONDADE
Definição da Bondade –
Refere-se á qualidade das pessoas que são dirigidas e desejam o que é bom, representa os mais elevados valores éticos e morais.
É o espirito de generosidade em ação na vida do crente.

a. A PALAVRA BOM NAS ESCRITURAS
Literalmente significa “ser como Deus”, porque Ele é o único que é perfeitamente bom.
Bondade como fruto do Espirito vai muito mais além do que “fazer o bem”, Bondade é o amor em ação.

b. CRENTE QUE POSSUI A BONDADE:
• Será um homem feliz.(Pv14.14)
• Alcançara o favor de Deus.(Pv12.2)
• Gozara a recompensa de Deus.(Mt25.23)
• Seguirá todos os dias de vida.(Sl23.6)

Estudaremos agora sobre, o fruto do Espirito em relação ao seu portador, ou em relação a si mesmo, em relação ao homem interior.

7. FIDELIDADE

Fidelidade é comumente usada com significado de integridade de caráter, características de um homem de confiança.
Fala de alguém que é digno de confiança ou alguém que se pode confiar plenamente.

a. FIDELIDADE E SUAS DIVERSAS ACEPÇÕES:
• Fidelidade no muito – (Mt25.15)
• Fidelidade no pouco – (Mt25.15)
• Fidelidade para falar – (Mt5.37)
• Fidelidade para ouvir – (Mt11.15; 13.15; At7.57)
• Fidelidade para ir – (Mc15.16; Mt13.1-3)
• Fidelidade para Ficar – (At1.4; Lc24.49)
• Fidelidade para tudo –(Lm3.23; Sl119.90; 89.1,2,5)

13.8. FIDELIDADE E SUAS RECOMPENSAS
• (Mt25.21)
• (Gl6.7,8)
• (Ap2.10)

8. MANSIDÃO
Definindo o que é mansidão - Mansidão é o oposto de rispidez, é ser moderado, atencioso, calmo e submisso sem idéia de fraqueza ou inferioridade.



a. O PERFIL DE UM CRENTE MANSO!
Ø Crente manso é submisso à vontade de Deus.(Mt11.29)
Ø Crente manso é inclinado para aprender.(Tg1.21)
Ø Crente manso é atencioso.(Gl6.1)
Ø Crente manso entende que é o seu dever.(1Tm6.11;1Ts2.7)

b. TIPOLOGIA DA MANSIDÃO NA BIBLIA
Ø Pomba. (Mt3.16)
Ø Cordeiro.(Is53.7)
Ø Ovelha. (Jo10.14,15)

c. BENÇÃOS CONTIDAS NA MANSIDÃO

Sete bênçãos do crente manso:

Ø É Honrado por Deus.(Sl147.6) “hebraico” Mansidão
Ø Tem Vitória sobre o eu. (2Cor10.1;17,18)
Ø Faz Triunfar sobre o orgulho. (Ef4.2) “Irmãos Gêmeos” Mansidão e Humildade
Ø É um sinal de ser sábio.(Tg3.13)
Ø Capacidade de influencia sobre o incrédulo.(1Pe3.1-6)
Ø É a identidade de uma pessoa que alcançou a salvação.(Sl149.4)
Ø Receberá a orientação de Deus.(Sl25.9)

“MAS MOSTRANDO TODA MANSIDÃO PARA COM TODOS OS HOMENS” (TT3.2)

9. TEMPERANÇA

O homem foi criado cheio de energia mental, física, emocional e espiritual, a qual deve ser corretamente usada e controlada para ser benéfica.
Não admira então que essa energia deve ser posta sob o controle do Espírito Santo.

A Temperança trata do fruto da nossa “autodisciplina”, nosso “autocontrole”, que na realidade não é bem nosso, mas resultante da operação do Espírito Santo em nós.

O TERMO NO ORIGINAL –
A idéia básica do termo original é força, poder ou domínio sobre o ego, é autocontrole de si mesmo.

PENSAMENTOS-
“Existem homens que podem comandar exércitos, mas não podem comandar a si mesmos”.
“Existem homens que com suas palavras inflamadas podem cativar multidões, que não conseguem ficar quietos diante de provocações ou insultos”.
“O maior sinal de nobreza é o domínio próprio”


a. O PERFIL DE UM CRENTE TEMPERANTE
• Uma vida de compostura
• Uma vida de comedimento
• Uma vida de moderação
Deus deseja que tenhamos uma vida equilibrada no sentido emocional, mental, físico, espiritual, sem abusos como Paulo advertiu.(1Tm4.3,4)

15.5. O CRENTE TEM QUE SER TEMPERANTE EM:
• Controle da língua –(Tg3.2)
• Controle do desejo sexual –(1Cor7.9;1Ts4.3-8)
• Controle dos hábitos cotidianos – (1Cor6.11-20 Pv23.20,21)
• Controle com moderação no uso do tempo – (Lc12.19;Lc12.35-48)
• Controle do autodomínio da mente – (Rm13.14; Fl4.8)


Conclusão: A multidão de incrédulos cuja única “Bíblia” que lêem é a vida do crente. Portanto cabe a cada um de nós darmos bom testemunho e permitir que o Espírito Santo produza em nós essas virtudes maravilhosas que acabamos de estudar.
E teremos o caráter de Cristo em nossa vida, e vamos andar como Jesus andou...

O CRISTÃO E OS DONS ESPIRITUAIS

TEXTO: 1 Co 12.1-11
INTRODUÇÃO. Os dons do Espírito são de suma importância para a igreja de nosso Senhor e Salvador Jesus, pois os mesmos tem como objetivo equipar a igreja do Mestre para a obra que lhe foi confiada.
1. Definindo o dom - A palavra dom provem da palavra grega CHARISMA, e significa um dom pela graça, gratificação divina, dote espiritual, presente, capacidade milagrosa.

2. Tipos de dons
A. Dons naturais; B. Dons ministeriais (Ef. 4.11); C. Dom do Espírito Santo (At 2.38); D. Dom de Deus (Jo 4.10); E. Dons espirituais – (I Co. 12.1ss).

3. A finalidade dos dons
3.1. A edificação da igreja – Ef. 4.7-16; I Ped. 2.5; I Co. 2.9-12
3.2. A glorificação do nome de Jesus – I Co. 10.4
3.3. Adornar a igreja – Gn. 24.15-22
3.4. Equipar a igreja – Ef. 6.10ss

4. Impedimentos a manifestação dos dons
4.1. Incredulidade – Ef. 2.8; Rm. 8.32; At. 2.17
4.2. Falta de interesse – II Tm. 1.6
4.3. Falta de temor, adoração e santidade – Pv. 8.13; Js. 3.5; At. 2.43

5. A utilidade dos dons
5.1. Útil para nos ensinar verdades espirituais
5.2. Útil para o incremento da evangelização
5.3. Útil para o crescimento da igreja

6. Falsos conceitos em relação aos dons
1. Os dons nos são dados não para a nossa exaltação – Lc. 9.46
2. Os dons nos são dados não para demonstrar o nosso egoísmo – Lc. 9.49-50
3. Os dons nos são dados não para fazermos o que queremos – Lc. 9.52-54

7. A classificação geral dos dons
1. Dons de Revelação ( São os olhos da Igreja)
• Palavra da sabedoria
• Palavra do conhecimento (ciência)
• Discernimento de espíritos
2. Dons de Poder (São as mãos da Igreja)
• Dom da fé
• Dons de curar
• Dons de operação de milagres
3. Dons de Elocução (Constituem a boca da Igreja)
• Profecia
• Variedade de línguas
• Interpretação de línguas

CONCLUSÃO. Que Deus nos ajude a manter sempre acessa a chama do Espírito, para que possamos sempre desejar os seus dons e abundar neles para a glória de Deus Pai. Meu amado irmão busque os dons do Espírito, pois eles te capacitarão de uma maneira gloriosa para o trabalho do Mestre. Amém!

Culto de Doutrina em Uibaí - Esboço

GEOGRAFIA BÍBLICA

POR NOCIVALDO COSTA

INTRODUÇÃO

O QUE É A GEOGRAFIA?
Segundo a etimologia da palavra, "geo" terra; "graphein" descrever, a Geografia limitou-se, de fato, du¬rante séculos, a descrever a Terra. Entretanto, a partir do Século XIX, assumiu um caráter científico. Não mais li¬mitou-se à descrição; passou, também, a explicar os fatos.
No entanto, as definições variam de autor para autor.
Para o alemão Alfred Hettner, Geografia é o ramo de estudos da diferenciação regional da superfície da Terra e das causas dessa diferenciação.
Richard Hartshorne declara ser o objetivo da Geogra¬fia "proporcionar a descrição e a interpretação, de maneira precisa, ordenada e racional, do caráter variável da su¬perfície da Terra".

A GEOGRAFIA ATRAVÉS DA HISTÓRIA

Na Antigüidade
Os conhecimentos geográficos dos egípcios limitavam-se ao Nordeste da África, à Ásia Ocidental e à Assíria. Os fenícios e gregos foram mais longe. Estimulados por inten¬sas transações comerciais, vasculharam o mar Mediterrâ¬neo. Afoitos e aventureiros por natureza, fundaram Cartago, em 800 a.C, transpuseram o estreito de Gibraltar e chegaram às ilhas britânicas.
Mais comedidos, os gregos limitaram-se à região do Mediterrâneo. Fundaram diversas cidades, entre as quais Massília (atual Marselha). Alexandre Magno foi quem alargou os conhecimentos geográficos dos helenos, em vir¬tude de suas rápidas, fulminantes e dilatadas conquistas.

Em Roma
Pragmáticos, os romanos não se limitaram ao mundo conhecido pelos gregos. Foram além. Em virtude de suas vastíssimas conquistas, alargaram, sobremaneira, os co¬nhecimentos geográficos de então.

Na Idade Média
A Geografia não progrediu na Europa durante a Idade Média. Detentor do monopólio cultural, o clero só transmi¬tia ao povo as informações que, segundo seu critério, esti¬vessem de conformidade com os textos sagrados e com as tradições católicas. Apesar das Cruzadas à Terra Santa, não houve progresso sensível nas informações geográficas.
Muitos conceitos bíblicos foram deturpados nessa é-poca pela "Santa" Sé. Os padres ensinavam ser a Terra plana, em uma despropositada alusão à mesa do Taberná-culo. Afirmavam, também, ser o Sol o centro do Universo, ao interpretar, erroneamente, uma passagem do livro de Josué.

Tempos Modernos
Com as descobertas de novos continentes, Portugal e Espanha deram inestimável contribuição à Geografia. 0 capitalismo mercantilista do Século XV, XVI e XVII, le¬vou ambos esses povos ibéricos às mais remotas regiões do Globo. O descobrimento do Novo Mundo marcou, de for¬ma definitiva, o fim de uma era de obscurantismo.

A GEOGRAFIA BÍBLICA E A SUA IMPORTÂN¬CIA
Farte da Geografia Geral, a Geografia Bíblica tem por objetivo o conhecimento das diferentes áreas da Terra re¬lacionadas com as Sagradas Escrituras. Descrevendo e de¬limitando os relatos sagrados, dá-lhes mais consistência e autenticidade e auxilia-nos na interpretação e compreen¬são dos fatos bíblicos.
A Geografia Bíblica, definida por Mackee Adams como o "painel bíblico em que o Reino de Deus teve o seu início e onde experimentou seus triunfos". é indispensável a todos os estudiosos da Bíblia.


1. A cosmogonia hebraica

Apesar de não ser um livro científico, a Bíblia não emite nenhum conceito errôneo acerca da formação do Universo. Sua doutrina cosmogônica tem sido corroborada por cientistas das mais diferentes especialidades.

1.1 - A ESFERICIDADE DA TERRA
Alguns sábios egípcios acreditavam estar a Terra sus¬pensa sobre cinco colunas. Outros admitiam haver sido o nosso mundo chocado de um descomunal ovo cósmico. Os mais desvairados diziam estar a linda esfera azul librando-se no infinito com um magnífico par de asas.
Moisés, embora fosse educado em toda a ciência do Egito, jamais transportou para seus escritos quaisquer res¬quícios da mitologia e da cosmogonia egípcias. Inspirado pelo Espírito Santo, revela-nos a verdadeira gênese dos céus e da Terra.
Os gregos, não obstante seu espírito inquiridor e apego ao saber, só descobririam as verdades reveladas aos santos do Antigo Testamento concernentes à esfericidade e ao movimento da Terra, séculos mais tarde.
Cognominado de o "pai da ciência", Tales de Mileto, que viveu um século após Isaías, desconhecia a forma da Terra. Ele a imaginava com o formato de um pires.
Anaxágoras, contemporâneo de Tales, ensinava ter o nosso habitat forma cilíndrica e que se mantinha centrado no espaço, em virtude da pressão atmosférica.
Insuperável em seus conhecimentos, Pitágoras, depois da Bíblia, foi o primeiro a declarar ser a Terra uma esfera em constante movimento. Seus postulados só seriam ultra¬passados por Copérnico, que nasceria quase dois milênios após sua morte.
Aproximando-se da moderna astronomia, Aristarco conclui, no Século III a.C, ser a Terra muito menor do que o Sol. Descobriu, também, estar o nosso planeta movendo-se em redor do astro-rei.
A forma da Terra é, realmente, esférica?
Responde-nos a Bíblia, por intermédio do profeta Isaías: "Ele |Deus| é o que está assentado sobre o globo da Terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos: ele é o que estende os céus como tenda para neles habitar..." (Is 40.22.) Essa verdade foi dita no Século VIII a.C e conti¬nua atual. Não pode ser contestada!

1.2 - HELIOCENTRISMO OU GEOCENTRISMO?
Ensinadas, principalmente por Ptolomeu, as teorias geocêntricas eram a base do ensino astronômico medieval. Todos (com raras exceções) criam ser a Terra o centro do Universo. Em torno dela, giravam os demais planetas e o próprio Sol. A Igreja Romana tinha o geocentrismo como dogma. Ai de quem ousasse pensar de outra maneira! So¬freria todos os rigores do "Santo" Ofício e da insana e bes¬tial "Santa" Inquisição.
Nicolau Copérnico (1473-1583), entretanto, instigado pelos ares renascentistas da cultura greco-romana, volta-se às idéias de Pitágoras, Heráclites do Ponto e Aristarco de Samos. Inconformado com as complicações do geocen¬trismo, admite a hipótese heliocêntrica, segundo a qual é o Sol, e não a Terra, o centro do Universo.
Formado em Medicina, Matemática, Leis e Astrono¬mia, afirma Copérnico, esse padre ilustre, em seu famoso tratado De Revolutiones Orbium: "Não me envergonho de sustentar que tudo que está debaixo da Lua, inclusive a própria Terra, descreve, com outros planetas, uma grande órbita em redor do Sol, que é o centro do mundo ... E sus¬tento que é mais fácil admitir o que acabo de afirmar, do que deixar o espírito perturbado por uma quantidade qua¬se infinita de círculos, coisa a que são forçados aqueles que retém a Terra fixa no centro do mundo."
Caberia a Galileu (1564-1633), todavia, o desferimen-to de um contundente golpe nesssa crença da teologia tradicional. Em sua obra intitulada Dialoghi sopra idue Massa-ni Sistemi dei Mondo Tolomaico e Coperniano, que se tor¬nou célebre rapidamente, execra, com energia, os ultrapas¬sados conceitos astronômicos existentes até Copérnico.
Acusado de heresia pela fanática e reticente Igreja Ro¬mana, o grande físico, já com 70 anos, foi obrigado a com¬parecer ante o Tribunal da Inquisição, em Roma. Para sal¬var sua vida, teve de ajoelhar-se ante seus inimigos, admi¬tir seus "erros" e renegar suas descobertas.
Galileu, no entanto, não cria em um conflito entre a ciência e a Bíblia. Diz ele: "A Santa Escritura não pode ja¬mais mentir, desde que, todavia, penetre-se seu verdadeiro sentido, o qual - não creio possível negá-lo - está muitas vezes escondido e muito diferente do que parece indicar a simples significação das palavras".

1.3 - O SUPREMO COMANDANTE DO UNIVERSO
O Universo funciona com uma perfeição assustadora. Milênio após milênio, astros e estrelas descrevem suas ór¬bitas com absoluta exatidão. Essa maravilha leva-nos a concluir: Há um Deus no Céu, a comandar e a preservar o Cosmo.
O grande físico inglês, sir Isaac Newton, escreve: "Es¬se Ser governa todas as coisas, não como a alma do mundo, mas como o Senhor de tudo; e, por causa de seu domínio, costuma-se chamá-lo de Senhor, Pantocrátor, ou Soberano Universal, pois Deus é uma palavra relativa e tem uma re¬ferência a servidores; e Deidade é o domínio de Deus, não sobre seu próprio corpo, como imaginam aqueles que su¬põem que Deus é a alma do mundo, mas sobre os serven¬tes."
Os gregos, entretanto, acreditavam estar a soberania do Universo dividida entre vários deuses, sendo Zeus o principal deles. Como estavam errados! O apóstolo Paulo, todavia, ao visitar Atenas, afirmou-lhes: "...sendo [Deus| Senhor do céu e da terra ..." (At 17.24b). Em outras pala-vras, disse-lhes o grande campeão do Evangelho: "Há um só Deus que sobre todos domina, porque tudo dele pro¬vém".
João Calvino compreendeu perfeitamente o universal senhorio de Deus: "...que no solamente habiendo creado una vez el mundo, lo sustenta con su inmensa potência, lo rige con su sabiduria, lo conserva con su bondad, y sobre todo cuida de regir el gênero humano com justicia y equidad, lo suporta con misericórdia, lo defiende com su am¬paro..."
Quanto a nós, falíveis seres humanos, devemos dirigir-nos a Deus: "...teu é o reino, o poder e a glória, para sem¬pre. Amém."


2. Israel, palmilhando a Terra Santa

Quando lemos a Bíblia, deparamo-nos com centenas de nomes de lugares da Terra Santa, onde desenvolveu-se a maravilhosa História da Salvação. Movidos por irre¬primível curiosidade, desejamos conhecer tudo isso "in lo¬co". Nem sempre, porém, é possível fazê-lo.
- E por que não visitá-los, então, espiritualmente?
Apelemos, pois, à Geografia Bíblica. Nas asas de suas minuciosas e exatas descrições, voemos a Israel. Palmilhe¬mos os lugares percorridos pelos patriarcas, profetas e apóstolos. Divisemos, em cada mapa, o meigo Salvador. Km cada acidente geográfico, a relevância do amor de Deus.

2.1 - A HISTÓRIA DE ISRAEL COMEÇA NO CRES¬CENTE FÉRTIL
O Crescente Fértil, não obstante sua vital importân¬cia à História da Salvação, é um insignificante retângulo localizado na Ásia Ocidental. Encerrando uma área de 2.184.000 km , representa apenas a 234ª parte da superfície da Terra. Essa região estende-se em forma semicircular entre o Golfo Pérsico e o Sul da Palestina.
A história dessa região pode ser resumida em uma sé¬rie de lutas entre os habitantes das serranias e as tribos nô¬mades do deserto. Todos queriam apossar-se dessas fertilíssimas terras. O lado oriental dessas místicas paragens serviu de berço à humanidade e de cenário à primeira civi-lização. Em suas grandes depressões, ascenderam e caíram os impérios dos amorreus, assírios, caldeus e persas.
No Crescente Fértil, conhecido, também, como Mesopotâmia (literalmente "entre rios"), floresceram duas grandes civilizações: ao norte, a Assíria; ao Sul, a Babilô¬nia ou ('aldeia. Os rios Tigre e Eufrates cercam esse miste¬rioso território, ocupado, atualmente, pelo Iraque. O Jar¬dim do Éden, segundo a narrativa bíblica, localizava-se nas nascentes de ambos os rios.
Foi em Ur dos Caldeus, uma das mais progressistas e desenvolvidas cidades do Crescente Fértil, que teve início a história de Israel. Tudo começou com a chamada de Abraão, o pai do povo escolhido.

2.2 - VAMOS A ISRAEL?
A partir de agora, portanto, voaremos à Terra Santa. Será uma viagem muito interessante. Percorreremos planícies. Visitaremos cidades. Entraremos em Jerusalém, a cidade do Grande Rei. Mergulharemos no rio Jordão. Su¬biremos aos montes. Enfim, à semelhança dos espias de Josué, reconheceremos o solo sagrado, do qual mana leite e mel.


2.3 - O solo sagrado por excelência

A - NOMES DE ISRAEL
Tanto na história sagrada, como na secular, a Terra de Israel recebeu várias designações. Cada nome por ela recebido encerra um drama vivido pelo povo de Deus. Des¬de a Era Patriarcal até os nossos dias, as mais variadas no¬menclaturas têm sido dadas ao território israelita. Para os hebreus, entretanto, o seu sagrado solo nunca deixará de receber esse carinhoso tratamento: Terra Prometida.

1 - Canaã
Após a dispersão da humanidade, ocorrida quando da construção da Torre de Babel, os descendentes de Canaã. filho de Cara e neto de Noé, fixaram-se nas terras que se¬riam entregues a Abraão. Isso ocorreu há mais de dois mil anos antes de Cristo. Nessas paragens, conhecidas por sua fertilidade e riquezas naturais, os cananeus multiplica¬ram-se sobremaneira.
Esse país, a partir de então, passou a ser conhecido como Canaã, o mais antigo nome do território israelita. Eis o significado literal desse nome: "habitantes de terras bai¬xas". Tendo em vista essa etimologia, concluímos: os ca¬naneus adoravam as planícies!
Os descendentes de Canaã, depreendemos das Sagra¬das Escrituras, dominavam do Mediterrâneo ao rio Jor¬dão.
Com o passar dos séculos, Canaã passou a ter uma co¬notação poética. Lembra esse nome aos judeus, "...uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel" (Ex 3.8).

2 - Terra dos Amorreus
O território que Deus entregou aos judeus era conheci¬do na antigüidade, também como Terra dos Amorreus. Essa designação é encontrada tanto no Antigo Testamento, como nos escritos profanos. E um dos mais antigos no¬mes da Terra Santa.

3 - Terra dos He breus
De conformidade com a árvore genealógica de Sem, os israelitas são descendentes de Héber. O território judaico, por esse motivo, era conhecido, ainda como Terra dos Hebreus. Nesses rincões, os santos patriarcas forjaram a nacionalidade hebraica e deram corpo e colorido ao seu idioma.
A palavra hebreu, entretanto, segundo alguns exege-tas, pode significar, de igual modo, "o que vem do outro la¬do, ou do além". Trata-se de uma referência à peregrina¬ção abraâmica, de Ur a Canaã. Todavia, preferimos a pri¬meira explicação, por estar mais de acordo com os recla¬mos da língua hebraica.

4 - Terra de Israel
Sob o comando de Josué, os israelitas tomaram Ca¬naã, no Século XV a.C. A partir de então, passaram as possessões cananéias a ser designadas desta forma: Terra de Israel. Não há nomenclatura tão apropriada como essa! Ela encerra a maioria das promessas divinas a Abraão e compreende a essência das realizações terrestres do Milê¬nio.
Esse é o nome mais comum da Terra Santa. Encon¬tramo-lo, com freqüência, no Antigo Testamento. Consti¬tui-se, ainda, em um perpétuo memorial: Esse território é de propriedade permanente do povo de Israel! Quer os gentios admitam ou não, a terra que mana leite e mel pertence à progênie abraâmica.
Após o cisma do reino salomônico, essa nomenclatura passou a designar, apenas, as terras ocupadas pelas 10 tri¬bos do Norte, comandadas pelo idolatra e profano Jeroboão. Com os exílios, a Terra de Israel torna-se um nome esquecido. Durante mais de dois mil anos, o território is¬raelita recebeu as mais vexatórias alcunhas. No entanto, com a criação do moderno Estado de Israel, todo o escárnio que pesava sobre os descendentes de Jacó foi tirado. Hoje, quando viajamos àquelas sagradas paragens, dizemos em¬bevecidos: "Vou à 'Ferra de Israel."

5 - Terra de Judá
Depois de vencer os cananeus, .Josué passou a dividir a Terra da Promessa. Coube à tribo de Judá. uma herança localizada no Sul dessas inebriantes possessões. O territó¬rio herdado pelo mais intrépido e bravo filho de Israel ficou conhecido como Terra de .Judá.
Contudo, após o cisma do reino davídico, ocorrido no ano 931 a.C, essa designação passou a incluir, também, as terras ocupadas pela tribo de Benjamim.
Terminado o cativeiro babilônico, em 538 a.C. o povo de Judá retorna à sua herança, sob o comando de Zorobabel. Inspirados pela liderança eficaz de Neemias, pela eru¬dição de Esdras, pelo zelo sacerdotal de -Josué e pelo fervor profético de Ageu e Zacarias, os judeus reorganizam-se na-cionalmente.
A partir desse renascimento parcial da soberania hebraica, as possessões abraâmicas passaram a ser desig¬nadas como Terra de Judá. E, seus habitantes, conseqüen¬temente, começaram a ser chamados de judeus.

6 - Terra Prometida
No Século XX a.C, Deus fez a seguinte promessa a Abraão: "Sai-te da tua terra, e da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te aben-çoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti se¬rão benditas todas as famílias da terra. Assim partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã" (Gn 12.1-4).
Com essa sublime promessa de Deus a Abraão, o terri¬tório israelita passou a ser conhecido como Terra Prometi¬da. Esse nome, poético e trágico, evoca as mais elevadas recordações na peregrina alma do povo escolhido. Por cau¬sa desse chão de promessas, os israelitas, há mais de dois mil anos longe de seu lar, instalam-se em sua terra e pro¬vam estar a bênção abraâmica mais atual do que nunca.

7 - Terra Santa
Zacarias, um dos mais escatológicos profetas do Anti¬go Testamento, vaticinou: "Exulta, e alegra-te. ó filha de Sião. porque eis que venho, e habitarei no meio de ti. diz o Senhor. E naquele dia, muitas nações se ajuntarão ao Se¬nhor, e serão o meu povo: e habitarei no meio de ti. e saberás que o Senhor dos Exércitos me enviou a ti. Então o Se¬nhor possuirá a Judá como sua porção na terra santa, e ainda escolherá .Jerusalém" (Zc 2.10-12).
Não obstante as guerras, os embates políticos e os con¬flitos sociais, Israel é conhecido como a Terra Santa. Os ju¬deus veneram-na como o solo de seus antepassados e o ter¬reno de sua milenar esperança. Têm-se os cristãos como o berço do Salvador e o regaço da regeneração da raça huma¬na. Para os árabes, trata-se de um campo etéreo e permea¬do de mistérios celestiais.
Em pleno alvorecer do Terceiro Milênio, milhares de caravanas judaicas, cristãs e árabes rumam à Terra Santa. Nenhum outro país é tão místico quanto Israel! Visitá-lo constitui-se no sonho de milhões de seres humanos.

8 - Palestina
Israel é conhecido, também, como Palestina. Esse nome é oriundo da palavra Filistia, que designava a faixa de terra habitada pelos antigos filisteus, localizada no Su¬deste de Canaã, ao largo do mar Mediterrâneo. Esse povo era ferrenho inimigo dos hebreus e causou muitas dificul¬dades aos primeiros monarcas israelitas.
No período neo-testamentário, o historiador Flávio Josefõ cognominou todo o território israelita de Palestina. Desde o domínio romano até a fundação do Estado de Is¬rael, em 12 de maio de 1948, a terra dos judeus era conheci¬da em todo o mundo como Palestina. Atualmente, contu¬do, o nome de Israel tornou-se. novamente, predominante.

B - LOCALIZAÇÃO
A Terra de Israel está localizada no continente asiáti¬co, a 30* de latitude Norte. Em toda a sua extensão ocidental, é banhada pelo mar Ocidental. Tendo em vista o seu posicionamento estratégico, constituiu-se, segundo Oswaldo Ronis, "num centro de gravidade para o mundo e as ci¬vilizações da antigüidade."
Acrescenta Ronis: "Do ponto de vista comercial, fica¬va na rota obrigatória do tráfego entre o Oriente e o Oci¬dente, bem como entre o Norte e o Sul; e, do ponto de vista político, igualmente passagem inevitável dos exércitos conquistadores das grandes potências ao seu redor, razão pela qual estas se interessavam por sua conquista e fortificação. Daí as devastações sofridas pela Palestina em repe¬tidas ocasiões da sua história."

C - LIMITES BÍBLICOS
Ao norte, limita-se a Terra de Israel com a Síria e a Fenícia. Ao leste, com partes da Síria e o deserto arábico. Ao sul, com a Arábia. A oeste, com o mar Mediterrâneo.
Esses limites, entretanto, variavam de acordo com as tendências políticas e os movimentos militares de cada época. Constantemente, os israelitas tinham o seu território alargado ou diminuído. No tempo de Salomão, por exem¬plo, as fronteiras de Israel dilataram-se consideravelmen¬te. Depois de sua morte, contudo, as possessões hebraicas foram diminuindo, até serem absorvidas pelos grandes im¬périos.

D - LIMITES ATUAIS
O moderno Estado de Israel limita-se ao norte, com o Líbano; a leste, com a Síria e a Jordânia; ao sul, com o Egi¬to; e, a oeste, com o mar Mediterrâneo. De exíguas dimen¬sões, sua área não chega a 22.000 km. Como já dissemos, é um dos menores países do mundo.
No entanto, as fronteiras do território hebraico foram sobremodo alargadas durante a Guerra dos Seis Dias, ocor¬rida em junho de 1967. Depois desse conflito, os limites is¬raelenses foram dilatados em aproximadamente 400 por cento.


2.4 - Clima da Terra Santa
I - O CLIMA NA TERRA SANTA
Israel, geograficamente, localiza-se na faixa subtropical. Explica-se, portanto, a variedade de seu clima. Gene¬ricamente, contudo, apenas duas estações sobressaem na Terra Santa: a chuvosa e a seca. Ambas são acompanha¬das, respectivamente, com muito frio e calor.

II - O CLIMA NAS MONTANHAS
Um país montanhoso, assim é Israel. Hebrom é o pon¬to mais elevado do território israelita, com mais de mil me¬tros. Jerusalém, por seu turno, encontra-se a 800 metros de altura.
Nas montanhas, o clima é fresco e bastante ventilado. No verão, esse quadro altera-se um pouco, em conseqüên¬cia das correntes de ar quente provenientes do Sul e do Ocidente. Na cidade santa, durante o inverno, a tempera¬tura chega a 6 graus positivos, com neves e freqüentes gea¬das. No verão, os termômetros oscilam entre 14 e 29 graus.

III O CLIMA NO LITORAL
Encontrando-se ao ocidente do mar Mediterrâneo, Is¬rael é bafejado por reconfortadoras e constantes brisas, rincipalmente, à noite. Durante o inverno, a temperatura baixa para menos de 14º em Gaza e Jafa. No pico do verão, os termômetros chegam a registrar 34?! Em algumas locali¬dades situadas mais ao norte, o inverno torna-se insupor¬tável.

IV - O CLIMA NO DESERTO
De uma maneira geral, nos desertos de Israel, as tem¬peraturas oscilam, no verão, entre 43º, 47º e 50º. Inclui-se, nessa classificação, o Vale do Jordão.

V - CHUVAS
Ao contrário do Egito, as chuvas em Israel são abundantes. As primeiras chuvas começam em outubro e, constituem-se em fortes aguaceiros, notadamente, no litoral. Nas montanhas, as precipitações são fracas e finas. No de¬serto não chove. Alguns estudiosos, porém, acreditam que, no tempo de Herodes, o Grande, as chuvas não eram escas¬sas nas regiões desérticas. Isto porque, ele construiu uma fortaleza em Massada com grandes cisternas, para captar água proveniente das chuvas. Eis a média das precipita¬ções pluviais: 1090 mm por ano.
O orvalho continua a cair na Terra Santa. Até mesmo as áreas desérticas recebem essa dádiva dos céus. O orva¬lho de Hermom, por exemplo, é proverbial.


2.5 – Planícies, vales, planaltos, montes, desertos, mares e rios da Terra Santa


PLANÍCIES VALES PLANALTOS MONTES DESERTOS MARES RIOS
ACRE JORDÃO Naftali. Sião SINAI Mediterrâneo Belus
SAROM JEZREEL Efraim. Moriá JUDÉIA Morto Quisom
FILÍSTIA AÇOR Judá. Oliveiras JERICO Galiléia Cana
SEFELÁ AIJALOM Basam. Ebal BETEÁVEN Gaás
ARMAGEDOM ESCOL Gileade. Gerizim GA-BAOM Sorec
HEBROM Moabe. Carmelo Besor
SIDIM Tabor Querite
SIQUÉM Gilboa Cedrom
BASAM Hatim Iarmuque
MOABE Gileade Jaboque
Basam Arnom
Fisga Jordão
Peor
Horebe ou Sinai



2.6 - Cidades da Terra Santa

- JERICO
Localiza-se no Vale do Jordão, no território entregue à tribo Benjamim. Encontra-se a 28 quilômetros de Jerusa¬lém. O nome dessa cidade significa, segundo alguns auto¬res, lugar de perfumes ou fragrâncias.
Jerico foi a primeira cidade conquistada pelos filhos de Israel. Era famosa por suas fortificações. É considerada, ainda, uma das metrópoles mais antigas do mundo.

- BELÉM
Encontrando-se a 10 quilômetros a leste de Jerusalém, é a cidade do rei Davi. Casa de pão é o que significa Belém. Pela sua posição geográfica, é uma fortaleza natural. Fica a quase 800 metros acima do nível do mar.
Nessa cidade nasceram dois importantíssimos perso¬nagens: Davi, e Jesus Cristo, o Salvador do mundo. Apesar de sua importância histórica, Belém foi sempre uma aldeia insignificante. Não obstante, seus campos, ainda hoje conservam a mesma fertilidade dos tempos bíblicos.

- HEBROM
Eis o primeiro nome dessa cidade: Quiriat Arba. En¬contra-se a 32 quilômetros ao sul de Jerusalém e a mil me¬tros acima do mar Mediterrâneo. Abraão morou em suas redondezas. Em Hebrom, foi Davi ungido rei sobre Israel. É tida, também, como a primeira cidade de Judá.
Atualmente, Hebrom é uma grande cidade com mais de 40 mil habitantes, em sua maioria árabes. Eis suas principais fontes de renda: artesanatos, artefatos de cerâ¬mica e pequenas indústrias. A agropecuária é, por enquan¬to, sem expressão.

- JOPE
Na distribuição de Canaã, Jope coube à tribo de Dã. Atacada várias vezes pelos filisteus, a cidade foi libertada por Davi. Mais tarde, Salomão utilizou-se de seu porto para receber cedros do Líbano, usados na construção do Templo.

- NAZARÉ
Situada em um grande monte, a 400 metros acima do nível do mar, Nazaré encontra-se a 170 quilômetros de Je¬rusalém. No tempo das chuvas, as encostas da cidade fi¬cam recobertas por lindas flores. O nome dessa importante localidade significa florescer.
Jesus Cristo foi criado nessa cidade. Por isso mesmo, Ele é chamado de Nazareno. Até 1948, Nazaré era contro¬lada por muçulmanos. Mas, em 16 de julho de 1948, pas¬sou ao domínio dos israelenses.

- CAFARNAUM
Cafarnaum foi escolhida por Jesus para ser o centro de seu ministério. Seu nome significa "aldeia de Naum".
Em Cafarnaum, Jesus passou dezoito meses, realizan¬do grandes milagres. Seus habitantes, entretanto, não re¬ceberam a mensagem de amor do Messias. E, conforme as palavras de Cristo, Cafarnaum desceu, de fato, até o infer¬no. Nunca mais foi edificada.

- SAMARIA
A cidade, construída por Onri, pai de Acabe, encon¬tra-se a 60 quilômetros ao Norte de Jerusalém. Situa-se a 400 metros acima do Mediterrâneo.
Após o cisma israelita, Samaria passou a ser a capital do Reino de Israel. Para essa cidade, foram transportados, após o cativeiro israelita, povos estranhos que, juntamente com alguns hebreus, deram origem aos samaritanos. Mais tarde, estes causaram muitos embaraços a Esdras e a Neemias. No tempo de Jesus, ainda era grande a rivalidade entre as comunidades hebraica e samaritana.

- DECÁPOLIS
No grego, Decápolis significa "dez cidades". Esse agregamento estava situado em espaçoso território a leste do mar da Galiléia. As cidades foram construídas por gre¬gos, na tentativa de helenizar a região. Sofreram, entre¬tanto, grande oposição dos judeus, principalmente da família macabéia.

2.7 - Jerusalém - A Capital Indivisível e Eterna de Israel

Em julho de 1980, o Knessel: - parlamento israelense -aprovou um decreto-lei, elaborado pelo então primeiro-ministro Menachen Begin, transformando Jerusalém na capital eterna e indivisível do Estado de Israel.

- ORIGEM
"Jerusalém" significa, em hebraico, habitação de paz. Seu nome é mencionado pela primeira vez nas Escrituras em Josué 10.11. Entretanto, em Gênesis 14.18, encontra¬mos uma referência sobre a cidade, que aparece com o nome de Salém. De acordo com a tradição, assim era cha¬mada a capital judaica.

- GEOGRAFIA DE JERUSALÉM
Jerusalém constitui-se na mais célebre cidade do mundo. É venerada por três religiões monoteístas: judaís¬mo, cristianismo e islamismo. Até mesmo sua localização geográfica é privilegiada.
A cidade santa está localizada no Sul da cordilheira central de Israel. Encontra-se a mais de 50 quilômetros do Mediterrâneo. Como símbolo de grandeza e magnitude, está edificada a 800 metros de altitude. Com o passar dos tempos, seus aspectos primitivos sofreram alterações. Contudo, ninguém jamais poderá alterar-lhe a mística ou arrancar-lhe a aura de celestialidade e glória.
Até o ano 70 d.C, Jerusalém era protegida por forte muralha, que foi destruída pelo general romano, Tito.

- DAVI E JERUSALÉM
Antes de ser tomada por Davi, a cidade santa era uma possessão jebuseica. Em 2 Samuel 5, de 7 a 9, lemos: "...Davi tomou a fortaleza de Sião: esta é a cidade de Davi. Porque Davi disse naquele dia: Qualquer que ferir os jebuseus, e chegar ao canal, e aos coxos e aos cegos, que a alma de Davi aborrece, será cabeça e capitão. Por isso se diz: Nem cego nem coxo entrará nesta casa. Assim habitou na fortaleza, e lhe chamou a cidade de Davi; e Davi foi edificando em redor, desde Milo até dentro."
O apogeu de Jerusalém deu-se no reinado de Salomão. O sábio monarca embelezou-a, aproveitando-se de seu sin¬gular aspecto. Procurando sanar o crônico problema de á-gua, construiu diversos aquedutos.

- A GRANDEZA DE JERUSALÉM
Sobre a grandeza de Jerusalém, escreve Orlando Boyer: "Qual é o segredo da sua grandeza? Não tinha um porto marítimo, como Alexandria e Roma. Nem estava si¬tuada num rio, como Mênfis e Babilônia. E nem tinha a grande vantagem de uma das grandes vias comerciais en¬tre o mar Mediterrâneo e o vale do Jordão, nem das rotas entre a Ásia Menor e o Egito. Contudo, enquanto Roma era o centro político e Atenas, o centro intelectual, Jerusa¬lém era o centro espiritual do mundo, a cidade de maior in¬fluência sobre a esperança e o destino do gênero humano. Era a cidade escolhida do único e verdadeiro Deus, o cen¬tro de seus cultos, leis e revelação, com a missão de procla¬má-lo a todo o mundo."

- A GLÓRIA DO TEMPLO DE JERUSALÉM
O historiador judeu, Flávio Josefo, descreve a Casa do Senhor construída por Salomão:
"Eis com que suntuosidade e magnificência Salomão fez construir e ornar o templo e consagrou todas essas coi¬sas à honra de Deus. Mandou fazer em seguida, em redor do templo, um muro de cem côvados de altura, chamado gison em hebraico, a fim de impedir a entrada aos leigos, sendo ela somente permitida aos levitas e sacrificadores. Salomão levou sete anos para realizar essas magníficas obras, o que não as tornou menos admiráveis, do que sua grandeza, sua riqueza e sua beleza; ninguém podia imagi¬nar que seria coisa possível realizá-las e terminá-las em tão pouco tempo."

3. Geografia Econômica da Terra Santa

As riquezas da Terra Santa são legendárias. Em seus exíguos territórios, concentram-se, sinteticamente, a opulência de todos os países do mundo. E, quando estudamos a geografia econômica de Israel, conscientizamo-nos da ve¬racidade desta expressão bíblica: Terra que mana leite e mel.

3.1 - UMA TERRA QUE MANA LEITE E MEL
Eis o relatório do primeiro serviço secreto de Israel: "Fomos à terra a que nos enviaste; e verdadeiramente mana leite e mel" (Nm 13.27).

3.2 - A FLORA DA TERRA SANTA
A flora, mencionada nas Sagradas Escrituras, é de uma riqueza inigualável. No Antigo Testamento, encon¬tramos mais de cem espécies vegetais. Atualmente, o go¬verno de Israel está envidando esforços para recuperar o exuberante reino vegetal de seu território.
Estes eram os produtos encontrados com mais facili¬dade no período veterotestamentário: trigo, oliva e uva. Esses alimentos formavam a dieta dos israelitas e consti¬tuíam-se no trinômio repetido constantemente na Bíblia: pão, azeite e vinho. Eis mais alguns alimentos usados pe¬los filhos de Israel: cevada, lentilha, feijão, mostarda, pe¬pino, cebola, alho, romã, melão e tâmara.
Estas eram as plantas silvestres mais encontradas nos tempos bíblicos: cedro, faia, pinheiro, acácia, palmeira, carvalho, murta. Das flores, aqui estão as mais famosas: lírio do campo e rosa de Sarom.

3.3 - FAUNA DA TERRA SANTA
As Sagradas Escrituras mencionam quase 130 nomes de animais selvagens e domésticos. La Enciclopédia de Ia Bíblia, citada pelo pastor Enéas Tognini, cataloga 50 espé¬cies de mamíferos, 42 de invertebrados, 46 de aves e 19 rép¬teis, peixes e anfíbios.
Relacionaremos, a seguir, os animais encontrados com mais freqüência nos tempos bíblicos: 1) Selvagens: leão, urso, leopardo, hiena, víbora, corça, lebre, chacal, lobo, ra¬posa, camaleão; 2) Domésticos: ovelha, vaca, cabra, mula, camelo, cavalo, jumento e cão; 3) Aves: perdiz, cordoniz, pombo, galinha, avestruz, cegonha, rola, corvo, pelicano, etc; 4) Insetos: abelhas e gafanhotos de diversas espécies, formigas, mosquitos e moscas; 5) Peixes: 43 espécies, sen¬do o mais famoso o peixe de São Pedro.
Entre os insetos mencionados, os gafanhotos são con¬sumidos até o dia de hoje. Essa estranha iguaria é bastante apreciada pelos beduínos e pobres.

3.4 - OS MINERAIS DA TERRA SANTA
Os israelitas, de acordo com a Palavra do Senhor, her¬dariam uma terra, cujas pedras são ferro e, em cujos mon¬tes, achariam o cobre (Dt 18.7-9). A Terra Santa, de fato, possui gigantescas reservas de minérios:
Eis os minérios encontrados, com mais freqüência em Israel: ouro, prata, ferro, enxofre, cobre, estanho e chum¬bo.


4. Geografia Humana da Terra Santa

4.1 - A FAMÍLIA HEBRAICA
Para os hebreus, a família é de origem divina. E, de fato, o é. Disse o Senhor ao criar os primeiros representan¬tes da raça humana. (Gn 2.26-28).
1 - Casamento
Os israelitas, no Antigo Testamento, nem sempre al¬cançavam o ideal traçado pelo Senhor. A monogamia, por exemplo, não era encarada com seriedade. Haja vista que homens piedosos como Abraão, Jacó e Davi, eram polígamos. O que dizer de Salomão? O mais sábio dos homens ti-nha 700 mulheres e 300 concubinas!
A poligamia, entretanto, não era sinônimo de devassidão. Um hebreu não podia, por exemplo, tomar como espo¬sa duas mulheres que fossem irmãs ou mãe e filha. Se tal ocorresse, os infratores seriam apedrejados. A lei proibia, também, que um homem dormisse com duas de suas espo¬sas ao mesmo tempo.
Havia ainda entre os hebreus o casamento por levira-to. Quando um homem casado morria sem deixar descen¬dência, o seu irmão era obrigado a casar-se com a viúva. E por intermédio dos filhos da nova união, a memória do morto era preservada. Assim prescreve a Lei: "Quando al¬guns irmãos morarem juntos, e algum deles morrer, e não tiver filho, então a mulher do defunto não se casará com homem estranho de fora; seu cunhado entrará a ela, e a to¬mará por mulher, e fará obrigação de cunhado para com ela. E será que o primogênito que ela der à luz estará em nome de seu irmão defunto; para que o seu nome se não apague em Israel" (Dt 25.5,6).
A endogamia, ou seja, o casamento entre irmãos, era proibida pela lei de Moisés.

2 - Noivado
Entre os povos ocidentais, o noivado não tem qualquer consistência. Pode ser dissolvido com a maior facilidade. Jocosamente declara Leon Eliachar: "O Noivado é o perío¬do de desajustamento antes do casamento." No entanto, entre os hebreus, o noivado era um compromisso sério. So¬mente a morte poderia dissolvê-lo.
- Quando começava o noivado? - A partir do momen¬to em que o moço entregava à sua escolhida uma moeda com esta inscrição: "Seja consagrada a mim." A cerimô¬nia, bastante singela, era feita na presença de duas ou mais testemunhas. Com essa solenidade, ambos eram con¬siderados marido e mulher. Seu relacionamento sexual, porém, somente seria iniciado apôs as núpcias que, segun¬do a tradição judaica, variava de um mês a sete anos.
Os rapazes, durante o noivado, estavam desobrigados do serviço militar.

3 - Núpcias
As festas nupciais eram celebradas, via de regra, em sete dias. Não raro, chegavam a durar até duas semanas. Variavam de acordo com o poder aquisitivo dos noivos.
Segundo o Novo Dicionário da Bíblia, essas celebra¬ções eram assinaladas por música e por brincadeiras como o enigma apresentado por Sansão. A mesma obra esclare¬ce-nos: "Alguns interpretam o livro de Cantares à luz de certo costume que havia entre os aldeões sírios, de chamar o noivo e o noiva de rei e rainha durante as festividades de¬pois da cerimônia de casamento, e de louvá-los com cânti¬cos".

4 - Divórcio
O divórcio foi introduzido na Lei mosaica por causa da dura cerviz dos israelitas. Aproveitando-se da liberalidade dessa legislação, os hebreus rompiam os laços do matrimô¬nio por quaisquer motivos. Alguns, por exemplo, repudia¬vam sua esposa por não achá-la graciosa. O Senhor, entre¬tanto, não aprovava tal comportamento. Tolerava-o, ape¬nas.
Com uma carta de divórcio, concretizava-se o rompi¬mento dos laços conjugais (I)t 24.3). De posse desse docu¬mento, a mulher podia contrair novas núpcias. Caso, po¬rém, viesse a separar-se do segundo marido, não podia vol¬tar ao primeiro. Por quê'.' Esclarece-nos Moisés: "Então seu primeiro marido, que a despediu não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contami¬nada, pois é abominação perante o Senhor; assim não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança" (Dt 24.4).
Jesus, entretanto, repudiou completamente o divór¬cio, exceto em caso de adultério: "Moisés por causa da du¬reza dos vossos corações vos permitiu repudiar vossas mu¬lheres; mas no princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por cau¬sa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério" (Mt 19.8 e 9).

5 - Filhos
Uma herança divina. Assim os hebreus consideravam os filhos, principalmente os homens, Salmodiou o rei Salo¬mão: "Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. Como flechas na mão do valente, as¬sim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aliava: não serão confundidos, quan¬do falarem com os seus inimigos" (SI 127.3-5).
Em Israel, a esterilidade era considerada um opróbrio. Não poucas mulheres afligiam-se por não terem filhos. Ra¬quel e Ana, por exemplo, rogaram a Deus, com todas as suas forças, o dom da maternidade. Para as hebréias, não havia privilégio tão grande como o de gerar filhos.
O direito da primogenitura era respeitadíssimo entre os israelitas. Ao filho mais velho cabia a porção dobrada dos bens paternos. Com a morte do pai, assumia a respon¬sabilidade da casa e as funções sacerdotais da família. De¬pois da promulgação mosaica, no entanto, o sacerdócio passou a ser exercido pelos levitas.
As filhas apenas recebiam a herança paterna se não houvesse nenhum filho herdeiro. Elas eram sustentadas pelos irmãos que se encarregavam, inclusive, de seu casa¬mento. As israelitas não podiam casar-se com moços de. outra tribo.
Cabia ao pai, também, ensinar aos filhos as primeiras letras e uma profissão. A ociosidade não era tolerada na so¬ciedade hebraica.

4.2 - A VIDA SOCIAL HEBRAICA
A vida social dos hebreus girava em torno de sua reli¬gião. Todos os acontecimentos sociais lembravam-lhes quão presente estava o Todo-poderoso em seu meio. Ao contrário de outros povos, eles não admitiam extravagân¬cias nem libertinagens, em suas reuniões. Sua vida social, portanto, era um apêndice de sua religião.

1-O lugar da mulher na sociedade hebraica
Os israelitas honravam suas mulheres. Concediam-lhes muitos direitos. Se prejudicadas, poderiam requerer justiça. Vemo-las muitas vezes louvadas, e ocupar, com freqüência, lugares de honra e distinção. Débora, por exemplo, exerceu grande influência sobre os seus contem¬porâneos. Não fosse suas confortadoras palavras, Baraque não teria desbaratado os inimigos do povo de Deus. E, o que dizer de Sara, Rebeca, Raquel, Ana, Rute e Hulda?
Submissas aos seus maridos, suas principais preocu¬pações eram domésticas. Entretanto, podiam pastorear trabalhar a terra e exercer outras atividades, consideradas masculinas.
Em outros países do Oriente, entretanto, a mulher era tratada como se tosse mero objeto.

2 - Saudações
Inclinando o corpo um pouco para frente, com a mão direita sobre o lado esquerdo do peito. Assim era a sauda¬ção dos hebreus, julgada bastante prolongada para os oci¬dentais! Por isso mesmo ordenou Jesus aos seus discípulos: "...e a ninguém saudeis pelo caminho" (Lc 10.4).
Perante os magistrados e outras pessoas superiores, era costume inclinar-se a pessoa até a terra. Eis as expres¬sões mais usadas nas saudações hebraicas: "Paz!" "Paz seja convosco!" e, "Paz seja sobre esta casa!"

3 - Sepultamento e luto
Constatado o óbito, o corpo era rigorosamente lavado e enrolado em lençóis impregnados de perfume. Por causa do clima quente (que provocava rápida decomposição do cadáver) e das exigências da lei mosaica, o sepultamento era feito no mesmo dia.
O féretro era realizado desta forma: as carpideiras iam à frente, enchendo a cidade com os seus lamentos profis¬sionais; atrás delas, o defunto, e, logo após, os parentes do falecido, os amigos e o povo.
Os túmulos dos pobres eram cavados no chão. Os dos ricos, escavados nas rochas. Raramente usados, os esquifes eram quase desnecessários. O embalsamento não se consti¬tuía um hábito entre os israelitas. Jacó e José, a propósito, foram embalsamados no Egito, por profissionais da corte faraônica.
Sete dias. Era o quanto durava o luto entre os filhos de Israel.

4.3 - MORADIA
Na antigüidade, havia, em Israel, casas simples e, também, imponentes habitações. Tudo dependia, é claro, das posses de quem as possuía. Em Samaria, por exemplo, algumas residências eram feitas de marfim.

1 - Tendas
Em Ur dos Caldeus, Abraão habitava em uma casa confortável que, segundo alguns estudiosos, possuía até água quente. Ao deixar sua cidade, passou a residir em ten¬das, a mais antiga forma de moradia no Médio Oriente.
As tendas, primitivamente, eram feitas de peles de cabra. Com o passar dos séculos, no entanto, passaram a ser mais sofisticadas. Algumas delas, inclusive, possuíam várias dependências. O apóstolo Paulo era fabricante de tendas.

2 - Cabanas
Construídas com estacas e cobertas de folhagens, eram usadas com freqüência pelos israelitas. Pedro queria construir três cabanas: uma para Jesus, outra para Moisés e a terceira para Elias.

3 - Tabernáculo
Foi o templo peregrino dos israelitas. Acompanhou-os durante seus 40 anos de jornada pelo deserto do Sinai. Nessa tenda, a glória do Senhor manifestava-se constante¬mente a Moisés. Esse lugar de adoração seria substituído, mais tarde, pelo Templo, construído por volta do ano 1.000 a.C, pelo rei Salomão.
Tabernáculo pode significar, também, habitação.

4 - Casas
Nos tempos bíblicos, as casas eram feitas de pedra, de tijolos e de madeira. Geralmente eram pequenas; pos¬suíam apenas um cômodo. As residências dos ricos, entre¬tanto, tinham vários compartimentos.
Nas localidades mais quentes, os telhados eram pla¬nos e podiam ser transformados em terraços. No auge do verão, serviam de dormitório. Nas regiões mais frias, os te¬lhados em forma de meia-água, facilitavam o deslizamento da neve.
As portas das casas hebréias eram estreitas e baixas. As janelas, poucas e sem vidros.
5 - Torres de vigia
Com quase três metros de altura, as torres de vigia eram construídas para proteger os pomares e as lavouras. As provisórias eram feitas de madeira; as permanentes, de pedras. Estas últimas serviam, também, de residência.

6 - Palácios
Construídos com esmero, constituíam-se nas residên¬cias dos reis hebreus. O mais imponente deles foi erguido pelo rei Salomão. Segundo alguns estudiosos, a casa do sá¬bio rei de Israel era mais suntuosa do que o Templo.

4.4 - MOBÍLIA
Poucas eram as mobílias de uma casa hebréia. Além do leito, uma mesa baixa. As cadeiras raramente eram usadas, porque os hebreus, à semelhança dos outros orientais, sentavam-se no chão com as pernas cruzadas. Não raro, as almofadas serviam como assentos. Nas resi¬dências dos mais abastados, o mobiliário era sofisticado.

4.5 - ALIMENTAÇÃO
Basicamente, esta era a dieta alimentar dos hebreus no período bíblico: pão. azeite, vinho, legumes, frutas, lei¬te, mel e farinha. E. nas ocasiões festivas, a carne era lar¬gamente consumida. O peixe, por outro lado, era mais usa¬do no litoral e nas imediações dos rios e do mar da Galiléia. A manteiga e o queijo eram feitos de leite de cabra. 0 leite de vaca era raramente usado.

4.6 - INDUMENTÁRIA
A indumentária dos israelitas nos tempos bíblicos era confeccionada em algodão, lã, linho e seda.

1 - Vestuário masculino
A principal peça do vestuário masculino constituía-se em uma túnica, tecida de algodão. Parecia mais uma camisola sem mangas. A túnica dos ricos, porém, possuía mangas compridas e largas. Os homens usavam, ainda, uma capa de algodão. O cinto era de couro. O bastão e o anel-sinete eram usados como ornamentos.
O turbante completava o vestuário masculino. O sumo sacerdote e os sacerdotes vestiam-se com mais esme¬ro. Suas vestes tipificavam a glória e a santidade divina. Sob a dominação romana, os paramentos sacerdotais fica¬vam sob custódia e só eram liberados em ocasiões solenes.

2 - Vestuário feminino
As mulheres também usavam túnicas, só que mais longas e mais ornamentadas. Quando apareciam em público, cobriam o rosto com um véu. Elas apreciavam pulseiras, anéis, pendentes e diademas. As mais extrava¬gantes, pintavam-se. Os profetas, contudo, condenavam esses excessos. De uma maneira geral, as hebréias eram elogiadas por sua modéstia e simplicidade.

4.7 - DINHEIRO DA TERRA SANTA
A primeira moeda citada nas Sagradas Escrituras é o darico. Proveniente da Pérsia, era muito usada nos tempos de Esdras e Neemias. Mais tarde, começou a ser cunhada uma moeda, inteiramente judaica, conhecida como shekel. Aliás, no início dos anos 80, o governo israelense adotou-a para a unidade monetária da moderna nação hebraica.
Eis mais algumas moedas mencionadas na Bíblia: dracma, estáter e ceitil. A primeira é grega e a segunda e a terceira, romanas.



5. Geografia Política da Terra Santa

A Terra Santa é a região mais visada pelas superpo¬tências. Localizada no centro do globo, constitui-se no ponto mais estratégico do mundo. Em todas as épocas des¬pertou a gana dos conquistadores e serviu de palco para as mais sangrentas batalhas. Esse minúsculo país é, politica-mente, um barril de pólvora. Tanto nos tempos bíblicos, como hoje, Israel é o mais nevrálgico tópico da história. Sua geografia política, por conseguinte, mistura-se com a própria dor da humanidade.

5.1 - OS PRIMEIROS HABITANTES DA TERRA SANTA
Antes de Josué conquistar a Terra Prometida, habita¬vam-na vários povos cananeus. Enumera-os Moisés: "Quando o Senhor teu Deus te tiver introduzido na terra, a qual vais a possuir, e tiver lançado fora muitas gentes de diante de ti: os heteus, e os girgaseus. e os amorreus, e os cananeus, e os fereseus, e os heveus, e os jebuseus, sete gentes mais numerosas e mais poderosas do que tu" (Dt 7.1).
Essas nações eram de origem camita. Independentes, marcavam-nas exacerbada belicosidade. Foram vencidas, entretanto, pelos exércitos de -Josué. Suas cidades fortifi¬cadas não resistiram ao ímpeto dos israelitas.
Os povos cananeus ofendiam a Jeová constantemente com os seus grosseiros pecados. Foram, por causa disso, desalojados da terra que mana leite e mel. Os filhos de Is¬rael foram exortados, com severidades, a não lhes seguir os pérfidos exemplos.

5.2 - A ORIGEM DOS HEBREUS
Os hebreus são descendentes de Sem, filho mais velho de Noé. A nação israelita identifica-se, perfeitamente, com sua ascendência. Haja vista que o anti-semitismo é volta¬do apenas contra os judeus, apesar de os árabes serem da mesma família.
A nação hebréia começou com um caldeu chamado Abrão. Nascido por volta do ano 2.000 a.C. Aos 75 anos de idade, tem ele uma profunda experiência espiritual

5.3 - OS POVOS VIZINHOS DA TERRA SANTA NO TEMPO DA CONQUISTA
Além das sete nações cananéias mencionadas, Israel foi obrigado a conviver com outros povos - aguerridos, ido¬latras e belicistas: filisteus, amalequitas, midianitas, moabitas, amonitas, edomitas, fenícios e sírios. Essas gentes causaram muitos transtor¬nos à progênie de Abraão. De quando em quando, viola¬vam as fronteiras israelitas e escravizavam tribos inteiras.

5.4 - A TERRA SANTA NO TEMPO DE JOSUÉ E DOS JUÍZES
Registra a Bíblia o passamento de Josué: "E depois destas coisas sucedeu que Josué, filho de Num, o servo do Senhor, faleceu, sendo da idade de cento e dez anos. E se¬pultaram-no no termo da sua herdade, em Timnate-Sera, que está no monte de Efraim, para o norte do Monte de Gaás. Serviu pois Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda viveram muito depois de Josué, e sabiam toda a obra que o Senhor tinha feito a Israel" (Js 24.29-31).
Com o desaparecimento do grande general e de seus auxiliares, os israelitas esqueceram-se do Senhor e come¬çaram a curvar-se ante as tolas divindades cananéias. Ta¬manha decadência espiritual tornou-os vulneráveis. Sem mais contarem com a proteção de Jeová, sofreram os mais impiedosos ataques dos povos vizinhos.
O período dos juizes, por conseguinte, é um dos mais tristes da história hebréia. Nos termos de Israel, reinava grande anarquia. As tribos, por causa de suas diferenças internas, não conseguiam unir-se para enfrentar o inimigo comum. No entanto, quando acossados por vorazes algo¬zes, clamavam, e o Senhor os ouvia.
Misericordioso, o Todo -poderoso suscitava juizes que os libertavam de seus verdugos. Mas, tão logo morria o li¬bertador eles tornavam a cair na apostasia. E, novamente, caíam em desgraça. Esse círculo vicioso durou até a mo¬narquia. Na era da judicatura, que durou em torno de 330 anos, quatro palavras faziam parte do dia-a-dia do povo eleito: pecado, opressão, arrependimento, e livramento.
Israel teve 13 juizes. O último deles foi Samuel. Nessa época, havia muita terra a ser conquistada. Os hebreus, to¬davia, não completaram a tarefa iniciada por Josué.

5.5 - O REINO UNIDO
Samuel é chamado, com muita razão, de fazedor de Reis. Ele representa a transição entre a judicatura e a mo¬narquia. Por seu intermédio, foram escolhidos os dois pri¬meiros reis de Israel. Sua influência é tão grande que, mes¬mo depois de morto, seus ideais continuaram a dirigir a história israelita.
Samuel foi o iniciador do Reino Unido que durou 120 anos - de 1044 a 924 a.C.
Foram ungidos três reis durante o Reino Unido: Saul, Davi e Salomão.

5.6 - O CISMA ISRAELITA
Houve um descontentamento no reinado de Salomão, aproveitando-se dessa situação caótica, Jeroboão as¬sume a liderança das tribos descontentes. E, assim, em 923 a.C, o Reino de Israel divide-se. As tribos de Judá e Benja¬mim permanecem fiéis à dinastia davídica. Entretanto, as do Norte, encabeçadas por Efraim, formam um novo reino.
As duas facções, a partir de então, ficaram conheci¬das, respectivamente, como Israel e Judá.

5.7 - OS CATIVEIROS ASSÍRIO E BABILÔNICO
A cisão enfraqueceu ambas as facções, principalmente a nortista. As relações entre os reinos de Israel e Judá nem sempre foram amistosas. De quando em quando uniam-se para combater um inimigo comum. Na maioria das vezes, contudo, estavam em guerra.
Com o passar do tempo, a identidade nacional e reli¬giosa entre os israelitas e judaítas torna-se cada vez mais fraca. Seguindo orientação do idolatra e inescrupuloso Jeroboão, os moradores do Israel setentrional não desciam a Jerusalém para adorar. Esse ciumento soberano, temendo perder os seus súditos, fechou suas fronteiras. Para con¬quistar o respeito e a amizade dos israelitas, construiu-lhes dois bezerros de ouro. E, a partir de então, ele fica conheci¬do como "o rei que fez Israel pecar".
Depois de Jeroboão, teve Israel mais 18 reis. Todos eles trilharam os caminhos da idolatria e da impiedade. Com o culto a Baal, introduzido por uma meretriz chama¬da Jezabel, o povo corrompeu-se completamente.
Não podendo suportar tanta apostasia, o Senhor en¬tregou as tribos do Norte aos inumanos e selvagens assí¬rios. No ano de 722 a.C, as forças de Nínive invadem Is¬rael e levam cativos os filhos de Jacó. Inicia-se o cativeiro assírio, que deixaria profundas seqüelas na nação hebrai¬ca.
Depois da destruição do Reino de Israel, Judá sobrevi¬veu ainda por mais de 135 anos. A maior parte desse tem¬po, contudo, pagou pesados tributos à Assíria. Com a as¬censão de Babilônia, começa a ruína do Reino do Sul.
Em 605 a.C, tropas babilônicas invadem Judá. Tem início o Cativeiro Babilônico que, segundo Jeremias, dura¬ria 70 anos. O Templo é destruído pelos exércitos de Nabu-codonozor em 587 a.C. Na capital do novo império, os ju¬deus progridem. Alcançam elevados postos na administra¬ção iniciada por Nabopolassar. Daniel, por exemplo, tor¬nou-se o mais influente conselheiro da realeza.
Terminado o período de 70 anos, parte dos filhos de Judá retorna à Terra Santa. Centenas de milhares, toda¬via, permanecem no exílio. Vagando de nação em nação, sofrendo injustas perseguições e injustificáveis preconcei¬tos, tornam-se errantes. Sua diáspora já dura mais de 25 séculos.

5.8 - A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
Após os exílios assírio e babilônico, a nação hebraica ficaria distante de Sião por mais de 2.500 anos. Houve, é claro, alguns períodos de independência e glória, princi¬palmente na era macabéia, mas foram esporádicos e não contaram com a participação da totalidade do povo.
O advento do férreo Império Romano, marca o fim da restauração nacional iniciada por Esdras, Neemias, Zorobabel e pelos profetas Ageu e Zaca¬rias. Os judeus, ao tentarem sacudir o jugo romano, são dispersados por todas as nações do mundo, onde sofreram e sofrem terrivelmente.
- Qual a razão de seu sofrimento? - Sem dúvida algu¬ma, a rejeição de seu Messias.
Durante a sua peregrinação, Israel sofreu os mais du¬ros revezes. Judeus foram massacrados em todas as partes do mundo. E, nos anos que precederam ao estabelecimento do moderno Estado judaico, Hitler ordenou a matança de seis milhões de israelitas. Foi o mais bárbaro crime da His-tória.
Entretanto, no final da Segunda Guerra Mundial, a nação hebraica conscientizou-se de sua peculiar situação.
Somente uma pátria na Palestina, dar-lhe-ia a segurança necessária à sua sobrevivência. E, após muitas batalhas diplomáticas, o Estado de Israel começa a existir a partir de 12 de maio de 1948.
Cumpria-se, assim, a profecia de Isaias: "Antes que estivesse de parto, deu à luz; ante que lhe viesse as dores, deu à luz um filho. Quem jamais ouviu tal cousa? quem viu cousas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma ter¬ra num só dia? nasceria uma nação de uma só vez? mas Sião esteve de parto e já deu á luz seus filhos" (Is 66.7,8).



CONCLUSÃO. Estudar a história e a geografia da Terra Santa – Israel, é algo inspirador. Nos leva a meditar na grandiosidade da manifestação de Jesus Cristo o nosso Senhor e Salvador.
Que Deus nos abençoe e que venhas a orar pela paz e salvação para Israel!




Apostila adaptado e montado por Nocivaldo Costa para uso do Seminário Teológico da Assembleia de Deus em Irecê – Núcleo de Uibaí, em 04 de março de 2011.


REFERÊNCIA

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Geografia Bíblica. Rio de Janeiro . CPAD, 1987.