segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O MILÊNIO

Principiamos nosso estudo de escatologia com uma consideração do milênio, porque é a crux da controvérsia entre pré milenaristas e seus oponentes de toda cor.

A palavra “milênio” vem-nos do latim, significando “mil anos”. Refere-se aos mil anos de Apoc. 20:1-7. Nestes versos há seis referencias a este período de tempo. É dado aqui como o tempo durante o qual Satanás deverá ser preso e os santos reinarão com Cristo.
Quando os oponentes do pré milenarismo asseveram que a palavra “milênio” não está na Bíblia, falam enganosamente. Está ela tão verdadeiramente na Bíblia como a expressão “mil anos”. Desde que estas expressões são inglesas, nenhuma delas estava nos manuscritos originais. Mas a palavra “milênio” representa o significado do grego tão verdadeiramente como a expressão “mil anos”. Assim mossa não faz em dizer-se que a palavra em foco não está na Bíblia, a menos que se o diga para prejudicar alguns ouvintes ou leitores.
Nosso tratamento do assunto não justificará a acusação que o pré milenarismo “construi-se principalmente sobre uma passagem no Apoc. 20:1-10”, ou que os premilenaristas “partem de uma certa interpretação de Apoc. 20:1-10 e então engendram sua idéia de volta às epístolas e evangelhos.” Começaremos antes com outras passagens e por elas interpretaremos a do Apocalipse.
Mas ainda, nossa discussão conformar-se-á com uma regra enunciada por um de nossos oponentes; a saber, “São princípios é de interpretação bíblica começar com Ele que é a Luz do mundo; em outras palavras, principal com o estudo do Novo Testamento e voltar ao Velho com a luz do Novo.” Isso será, exatamente, o nosso método de proceder.
Todavia, depois de havermos feito isto, depois de termos deixado o Novo Testamento focar a luz do Velho sobre esta questão, interpretaremos então Apoc. 20 em vista dessa luz. E se os nossos oponentes desejam continuar a blasonar sobre nós lermos do texto o que não está lá, trataremos a acusação com complacente e tolerante desdém. Não há um deles que não “leia em” tais passagens como Lucas 13:3 que a fé bem como o arrependimento é uma condição de salvação. Assim é através de toda a Bíblia. Tomamos os vários pormenores de passagens colaterais e as ajuntaremos para tirarmos a verdade toda.
I. AS FORMAS PRESENTES E FUTURAS DO REINO
1. A FORMA PRESENTE DO REINO NÃO É A FORMA FINAL.
Isto está plenamente indicado por um número de passagens que apontam para um reino futuro. Vide Mat. 6:10; 25:34; Marcos 14:25; Lucas 13:28,29; 2 Tim. 4:1. Notai também que algumas das parábolas em Mat. 13 indicam que o reino do céu contem agora falsos professantes (joio e peixe ruim), enquanto outras passagens falam de uma forma do reino do céu em que só os justos entrarão. Vide Mat. 5:20; 7:21. Estas passagens apontam, evidentemente, para o período que seguirá ao cumprimento de Mat. 13:41: “O Filho do homem mandará os Seus anjos e eles ajuntarão do reino tudo que ofende e os que praticam iniqüidade”. Isto, manifestamente é para se cumprir no juízo, no fim desta época (Mat. 13:39-40), e então seguir-se-á o reino ou forma do reino aludida em Mat. 5:20; 7:21 e também em Mat. 25:34. Destas passagens, então, vemos claramente que o juízo no fim desta época não trará um fim ao reino messiânico, mas antes o precederá na sua forma final.
Nem devemos considerar este ensino pleno como contraditado por 1 Cor. 15:24. Jamais podemos esperar de chegar à verdade a menos que deixemos as passagens mais claras seguirem a interpretação das que são um tanto obscuras. Lede vs. 22-24 na revisão. Notai a leitura: “então os que de Cristo na Sua vinda” em vez de “depois os que são de Cristo”, etc. Assim a revisão dá a “epeita” o mesmo sentido de “eita”. “Então” está empregado para traduzir a ambas. Notai, então, que o primeiro “então” permite o lapso de tempo entre a ressurreição de Cristo e Sua segunda vinda. Portanto, “então vem o fim” não pode ser usada para provar que “o fim”, seja o que for, ocorre imediatamente depois da vinda de Cristo. “Epeita” e “eita” nestes versos não marcam sucessão temporal imediata, mas antes seqüência em enumeração, dependendo “da natureza das coisas enumeradas” (Thayer). Não há diferença nas palavras, certamente, que concederá à primeira admitir um lapso de mais do que dezenove séculos ao passo que proibindo qualquer lapso de tempo a última. Assim compreendido, ver-se-á prontamente que o v. 24 em si mesmo sugere que “então vem o fim” não fixa o tempo quando Ele terá entregue o reino a Deus” (melhor, “quando quer que Ele entregar”, etc), mas antes vice-versa.
Inda mais, com mui significantemente diz E. P. Gould: “Na Sua vinda”, pode ser trazido na parousia ou presença, isto é, durante o tempo da presença de Cristo na terra, seguindo Sua segunda vinda.” É este sentido se, como cremos, com base em Isa. 65:20 e outras passagens paralelas, a morte continuará na terra após o estabelecimento dos “novos céus e uma nova terra” (Isa. 65:17 (*)). Em outras palavras, esta passagem admite uma contínua ressurreição dos justos através do reino de Cristo sobre a terra e cremos que as Escrituras em geral a exigem. Como os crentes em corpos naturais morrem, serão ressurgidos imediatamente. Podemos então dar a “então vem o fim” o seu sentido mais natural segundo o seu contexto, entendendo que quer dizer o fim do reino messiânico, que não virá imediatamente senão somente depois que a morte for completamente conquistada.
2. CRISTO É AGORA REI, MAS ELE NÃO ESTÁ NO SEU TRONO, O TRONO DE DAVI.
O autor desaprova chatamente a idéia que Cristo não está reinando agora. Isto é sustentado por alguns pré milenaristas, mas não é uma parte necessária do pré milenarismo. Cristo já é rei de um reino espiritual comumente falado em o Novo Testamento como “o reino de Deus”, isto é, um reino sem cabeça visível e limites físicos, cujos súditos podem ser distinguidos só por característicos espirituais. Que Cristo já é rei de semelhante reino está definida e iniludivelmente ensinado em Mat. 28:18-20; João 18:36; Col. 1:13; Apoc. 3:21.
Mas Cristo não está agora no Seu trono, o trono de Davi que Lhe foi prometido. Lucas 1:32. Notai esta significativa passagem:
“Ao que vencer QUERO EU conceder que se assente comigo no MEU trono, assim como eu venci e me assentei com o PAI NO SEU TRONO” (Apoc. 3:21).
Notai que Cristo está agora sentado com o Pai no trono do Pai e que está implicado que nalgum tempo no futuro assentar-se-á Ele no Seu próprio trono, no qual tempo os vencedores (todos os regenerados, 1 João 5:4) assentar-se-ão com Ele. Os contrastes aqui são significantes – o trono do Pai contrastado com o “meu trono” o presente estou assentado contrastado com o futuro sentar-se-á. Esta passagem está morta contra aqueles que contendem que o milênio está agora em progresso e nós nunca soubemos de um só deles para experimentar tratar dele.
Atos 2:25-32 não prova, como tem sido alegado que Cristo está agora no trono de Davi. Nossos oponentes apresentam argumentos infundados sobre a suposta base desta passagem junta com 2 Sam. 7:12: (1). Que esta passagem ensina que Cristo era para sentar-se no trono de Davi imediatamente depois de Sua ressurreição. Mas a passagem nada diz dessa espécie. Ela ensina que a ressurreição era necessária a Ele sentar-se no trono, mas não que Ele ascendeu ao trono imediatamente. As Escrituras já citadas mostram que isto não foi o caso. (2) Que Davi entendeu pela promessa citada por Pedro (2 Sam. 7:12) que Cristo sentar-se-ia no Seu trono enquanto Davi estava ainda dormindo com seus pais e não depois da ressurreição. Isto é maravilhosamente lógico a vir daqueles que protestam que nós lemos em Apoc. 20:1-7 coisas que não se ensinam ali.
A letra e fase natural de 2 Sam. 7:12 referidas à colocação de Salomão no trono de Davi e insistir com a letra é meramente discutir absurdamente para a sustentação de uma proposição fraca demais para agüentar. Alguém podia do mesmo modo discutir que, tanto a fase natural da passagem viu um sucessor imediato de Davi, Cristo ascendeu ao trono de Davi na morte de Davi. Em Atos 2:29 Pedro fala do fato “que Davi tanto está morto como enterrado e o seu sepulcro está conosco até este dia” meramente para provar que Davi não podia ter estado falando de si mesmo quando disse que sua alma não seria deixada no Hades e que ele não veria corrupção. Este fato é evidente a todos, salvos aqueles cegados para sustentarem uma teoria inescrituristica.
3. CRISTO ASCENDERÁ AO SEU TRONO NA SUA SEGUNDA VINDA.
Isto faz-se indisputável pela seguinte passagem:
“QUANDO o Filho do homem vier na Sua glória e todos os santos anjos com Ele, ENTÃO assentar-se-á sobre o trono de Sua glória” (Mat. 25:31).

Nesta passagem temos mais extensa resposta à absurda contenção notada acima. É na Sua segunda vinda que Cristo se sentará no Seu trono. Nesse tempo será estabelecida a forma futura do reino referida em Mat. 13:43; 25:34. Isto concorda com Lucas 19:12, onde um “certo nobre” representa Cristo.
II. A NATUREZA DO REINO FUTURO
1. SERÁ SOBRE A TERRA
Isto é um fato significativo, que se estabelece pelas duas passagens seguintes:
Apoc. 5:10, onde os redimidos (vinte e quatro anciãos), após falarem de redenção por meio de Cristo, dizem: “E nos fez para Deus um reino e sacerdotes; e eles reinam sobre a TERRA.”
Zacarias 14:9: “E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um só será o Senhor e um só será o Seu nome.”
Citamos a primeira passagem da revisão, a qual segue o manuscrito alexandrino em ler “eles reinam” em vez do sinaitico que reza “reinaremos”. Assim devemos escolher aqui entre dois manuscritos em evidência para decidirmos se o tempo é presente ou futuro. Contudo, A. T. Robertson sem nenhuma afinidade com o pré milenarismo, diz que temos o “uso futurístico” do indicativo presente ativo. E quem, exceto alguém a caça de prova mais de uma teoria do que a verdade das Escrituras, pode duvidar de que temos aqui uma referência à mesma coisa em Apoc. 2:26-27, 3:21; 1 Cor. 6:2 onde está coerentemente posto no futuro?
Notai desta passagem, então, que este reino é para ser na terra e lembrai-vos que Apoc. 3:21 nos diz que os santos sentar-se-ão com Cristo no Seu trono. Vemos assim que, desde que o reino dos santos é para ser na terra, o trono de Cristo e, portanto, o Seu reino, são para ser aqui.
A segunda passagem refere-se aquilo que é ainda futuro. Em nenhum tempo até hoje esteve a terra toda sujeita ao Senhor. A passagem é para ser cumprida depois dos eventos dos versos precedentes terem logar. Os que tentam achar um cumprimento deste capítulo no passado só puderam engendrar um expediente espremido e refugado de um cumprimento. Um escritor, por exemplo, discute bem conclusivamente que o capítulo não se cumpriu na destruição de Jerusalém. A. D. 70, porque, naquele tempo todo, em vez de metade do povo foi “cortado da cidade”. Mais ainda, naquele tempo, Deus não lutou pelos judeus mas contra eles; enviando os exércitos romanos mesmo como dEle próprio, Ele “destruiu aqueles assassinos e queimou sua cidade”, como Jesus disse que Deus faria (Mat. 22:7). Mais ainda, está assinalado que, desde aquele tempo Jerusalém tem sido “pisada pelos gentios” (Lucas 21:24) e ninguém tem ido lá para “guardar a festa dos tabernáculos”. Mas então este mesmo escritor passa a experimentar engendrar um cumprimento no cuidado de Deus pelo Seu povo durante as trevas e aflições do período inter Bíblico, referindo-o particularmente às perseguições terríveis infligidas aos judeus por Antiôco Epífano, rei da Síria no segundo século B. C. . Mas ele se encarrega de não achar nenhum cumprimento minucioso, o que, sem dúvida, ele não pode fazer. As seguintes diferenças deslumbrantes existem entre o cerco descrito em Zac. 14 e as guerras e perseguições sob Antiôco:
(1) Em Zac. 14 lemos: “Reunirei todas as nações contra Jerusalém para batalhar.” Sob Antiôco somente nações debaixo da regência Síria vieram contra Jerusalém.
(2). Em Zac. 14 o cerco era para durar só um dia (vs. 6,7), enquanto que o sob Antiôco e seu filho houve ataques por um período de anos e num tempo o culto em Jerusalém foi abandonado pelos judeus por três anos, durante cujo tempo a religião esteve proibida e o templo dedicado ao deus grego, Zeus.
(3). Em Zac. 14 o cerco e a vitória são seguidos de um glorioso período de benção e prosperidade espiritual, ao passo que o período seguinte às guerras sob Antiôco assinalou-se por mais guerra, divisão interna, rivalidade, intriga e guerra civil entre os judeus, terminando na sua sujeição a Aoma (*).
(4). Em Zac. 14 uma grande praga está vaticinada para os exércitos opostos (v. 12). Isto não ocorreu ao tempo de Antiôco.
(5). Em Zac. 14 o cerco é para ser seguido por aqueles que estão deixados das nações que vieram contra Jerusalém vindo de ano a ano adorar e guardar a festa dos tabernáculos. Isto não seguiu libertação da perseguição sob Antiôco algo mais do que ocorreu seguindo a destruição de Jerusalém em A. D. 70.
(6). Em Zac. 14 está dito que “os seus pés estarão sobre o monte das Oliveiras”, e outra vez: “O Senhor meu Deus virá e todos os santos contigo”. Isto não se seguiu aos dias de Antiôco.
Nossos oponentes reconhecem que os pés de alguém são para estarem sobre o monte das Oliveiras”, mas não estão certos quem é a pessoa. A eles não é isto certo porque estão cometidos a uma teoria que lhes proíbe admitir fatos evidentes. Aqueles não assim presos é claro que o inconfundível antecedente gramatical de “seus” no vs. 4 é “O Senhor” no vs. 3. Evidente também é que a afirmação que “o Senhor meu Deus virá e todos os santos contigo” refere-se ao segundo advento de Cristo, tanto como se referem afirmações semelhantes em o Novo Testamento. Vide Judas 14; 2 Tess. 1:7; Mat. 25:31. Concluímos assim que o nosso ponto aqui está provado.
2. SERÁ NA NOVA TERRA
Desejamos chamar a atenção aqui para Mat. 19:28, que reza:
“E Jesus lhes disse (aos doze apóstolos): Na verdade vos digo, vós que me seguiste, NA REGENERAÇÃO, quando o Filho do homem sentar-se no trono da Sua glória, VÓS TAMBÉM VOS SENTAREIS SOBRE DOZE TRONOS, JULGANDO AS DOZE TRIBOS DE ISRAEL.”
Comentando a frase “na regeneração”, A. T. Robertson diz: “O novo nascimento do mundo é para ser cumprido quando Jesus sentar-se no Seu trono de glória”. John A. Broadus diz: “Quando o reino messiânico estiver completamente estabelecido, haverá um novo nascimento de todas as coisas, chamado uma “restauração de todas as coisas” (Atos 3:21, Versão Revista), “novos céus e uma nova terra, onde habita a justiça” (2 Ped. 3:13)...
Mais interessante, porém, do que estes comentários são duas passagens que engatam com esta passagem de um modo muito definito. Notai estas duas passagens:
“Porque, eis que eu crio céus novos e terra nova; não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais subirão à mente. Porém vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que eu crio a Jerusalém uma alegria e ao seu povo um gozo. E folgarei em Jerusalém e exultarei no meu povo, nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. Não mais dali haverá uma criancinha de dias, nem velho que não cumpra seus dias; porque a criancinha morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. E edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não construirão para que outras habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos por muito tempo. Não laborarão em vão, nem darão a luz para inquietação, porque são a semente dos benditos do Senhor e sua descendência com eles. E acontecerá que, antes que clamem, eu responderei: estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro alimentar-se-ão juntos e o leão comerá palha como o boi e pó será a comida de serpente. Não farão mal nem destruirão em todo o meu santo monte, diz o Senhor” (Isa. 65:17-25).
“Porque, como os céus novos e a terra nova, que eu farei, estarão diante de mim, diz o Senhor, assim vossa semente e vosso nome estarão. E acontecerá que, de uma lua nova a outra, de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor.” (Isa. 66:22,23)
Pode lá haver qualquer dúvida razoável que nosso Senhor teve estas passagens em mente quando Ele falou de “a regeneração”? Ainda mais, não é evidente que Pedro também as teve quando ele escreveu dos “novos céus e uma nova terra, onde habita justiça” (2 Ped. 3:13)? O autor considera como definitivamente resolvido que as palavras de Pedro aludem à mesma coisa assim como as de nosso Senhor em Mat. 19:28 e que o estabelecimento do reino milenial de Cristo será introduzido pelo estabelecido de novos céus e uma nova terra.
3. SERÁ PREEMINENTEMENTE JUDAICO
Notamos que os crentes reinarão com Cristo no Seu trono; mas Mat. 19:28, que já vimos, conta-nos que os doze apóstolos ocuparão doze tronos julgando as doze tribos de Israel. Sem duvida os espiritualizantes nos anatematizarão por entendermos o Senhor exatamente pelo que Ele diz aqui, mas nós não estamos no mínimo com medo nem de leve aflitos pela sua campanha sem tréguas de castração da Palavra de Deus.
Tanto como nosso Senhor, elevado na profecia como Ele era, muito provavelmente teve em mente as passagens já citadas de Isaías ao falar de “a regeneração”, assim por igual há outra passagem de Isaías que Ele deve ter dito em mente ao referir-se a doze apóstolos e ao seu assentar-se em doze tronos julgando as doze tribos de Israel. Esta outra passagem é Isa. 1:26, a qual reza:
“E eu restaurarei teus JUIZES como no princípio e teus conselheiros como no começo; depois serás chamada, - A cidade de justiça, a cidade fiel.”
Tudo isto implica, e a Bíblia conclusivamente o ensina, o reajustamento de Israel, e a restauração da vida nacional de Israel. Notemos:
(1). O reajustamento de Israel
A. Passagens que a isso aludem.
“E, naquele dia, haverá “uma raiz de Jessé, que ficará por um pendão do povo; por ela todos os gentios buscarão e o seu descanço será glorioso. E acontecerá naquele dia que o Senhor porá Sua mão uma segunda vez para recobrar o restante do Seu povo que será deixado, da Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elam, de Sinear e de Hamate, das ilhas do mar. E Ele erguerá um pendão entre as nações e ajuntará os desterrados de Israel e os dispersos de Judá dos quatro cantos da terra” (Isa. 11:10-12).
“Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem um rei e sem um príncipe, sem um sacrifício, sem uma imagem, sem um efod, sem um terafim; depois tornarão os filhos de Israel e buscarão ao Senhor seu Deus, a Davi seu rei; temerão ao Senhor e à Sua bondade nos últimos dias” (Oséias 3:4,5).
“Eis que eu os ajuntarei de todas as terras, para onde os houver lançado na minha ira e no meu furor, na minha grande ira; e os tornarei a trazer a este logar, farei que nele habite seguramente. E serão meu povo e serei seu Deus. E lhes darei um mesmo coração, um caminho, para que me temam para sempre, para seu bem e de seus filhos depois deles: e farei com eles um concerto eterno, que não tornarei deles, para fazer-lhes bem; mas porei meu temor nos seus corações, que não se apartem de mim.” (Jer. 32:37-40).
“E trarei de novo o cativeiro do meu povo de Israel e reedificarão as cidades assoladas, nelas habitarão; plantarão vinhas e beberão o seu vinho; farão jardins também e comerão do fruto deles. E os plantarei na sua terra e da sua terra que lhes dei serão mais arrancados, diz o Senhor teu Deus.” (Amós 9:14,15).
Notai estas passagens proféticas de uma restauração, uma volta, um ajuntamento, um trazer de novo dos judeus. Afirma-nos que se referem a Israel como nação e que ainda não tiveram o seu cumprimento completo. Fazemos esta afirmação na base dos seguintes fatos:
(a). Na primeira passagem faz-se uma distinção entre os gentios e o Seu povo. Os gentios são para participar das bênçãos do reino de Cristo, mas é o Seu povo, Israel e Judá, que é para ser reajustado.
(b). Isto é para ser “a segunda vez (de Deus) para recobrar o resíduo do Seu povo.”
(c). O ajuntamento é para ser, não meramente da Assíria e Babilônia, e outros países adjacentes senão “dos quatro cantos da terra” (*).
(d). Isto é para ser cumprir no dia quando “haverá uma raiz de Jessé, que ficará por um pendão do povo”. Isto claramente se refere aos tempos do Messias.
(e). A segunda passagem afirma que, no dia de sua volta, os israelitas “buscarão o Senhor seu Deus e DAVI SEU REI”. Isto outra vez claramente se refere aos tempos do Messias.
(f). A terceira passagem estipula que, ao tempo deste reajustamento Deus vai fazer um “concerto eterno com eles” com o resultado que Ele jamais “tornará deles” outra vez e que “eles não se apartarão” dEle.
(g). A quarta passagem nos conta que, quando Israel for reajuntada, “não mais serão arrancados de sua terra”. Eles foram arrancados de sua terra outra vez depois do retorno do cativeiro sob Zorobabel, Esdras e Neemias.
B. Objeções apresentadas pelos nossos oponentes contra a nossa interpretação destas profecias.
Estas objeções são muitas e invocadas com grande insistência. Mas, tanto quanto o espaço permitir, nós as tomaremos e mostraremos que são infundadas.
(a). A despeito dos fatos para os quais temos chamado a atenção, é-nos dito, bem confidentemente, que a primeira passagem dada supra (Isa. 11:10-12) refere-se ao retorno arquivado nos livros de Esdras e Neemias. Diz-se isto na base do fato que em Isa. 10:24-34 o profeta “se refere à Assíria”. Mas isto de nenhum modo prova que nada no capítulo seguinte pode ir além do retorno histórico de Israel, mesmo como os nossos oponentes mesmo admitem por atribuir uma parte desta profecia aos nossos tempos. Está tomada nota do fato que “o Senhor porá sua mão UMA SEGUNDA VEZ para recobrar o resíduo do Seu povo, porém é-nos dito que a “primeira vez foi seu livramento do Egito”. Isto se diz simplesmente na base do fato que o v. 16 diz que, no dia do retorno “haverá um caminho plano para o resíduo do Seu povo... assim como foi para Israel no dia em que ele saiu da terá do Egito” (*). Deixamos ao leitor formar sua própria opinião da validade deste argumento. Dá-nos a mera menção de uma coisa por um profeta e liberdade de ler seus escritos onde quer que nos pareça justo?
“Naquele dia” de Isa. 11:10 é arrebatado de sua conexão com o resto da sentença e feito referir-se ao dia de retorno da Assíria e Babilônia. Nenhuma conta que se já é tirada do fato que esta profecia está “datada”, estando tudo ajuntado aquele dia quando “haverá uma raiz de Jessé, que ficará por um pendão do povo.”
(b). Todavia, a despeito de todos os esforços, nossos oponentes não podem achar um cumprimento completo destas profecias do Velho Testamento. Assim eles retrocedem sobre uma segunda linha de ataque e afirmam um cumprimento nesta época atual do Evangelho. É nos dito que o Espírito Santo datou a profecia de Isa. 11:1-10 e declarou-a cumprida neste tempo. Para prova dá-se Rom. 15:12. Respondemos que Paulo, em Rom. 15:12, faz meramente uma aplicação de uma e somente uma parte desta profecia para mostrar “que o propósito de Deus desde o princípio foi abranger tanto os judeus como os gentios no vasto abraço de Sua misericórdia, através do Messias” (A. N. Arnold). Não há coisa que seja em Rom. 15 ou em qualquer outra passagem do Novo Testamento que indique que Cristo e os apóstolos consideraram as profecias do Velho Testamento concernentes aos judeus como achando cumprimento consumado nos gentios desta época. Paulo, em Rom. 15:12, cita Isa. 11:10 só o bastante do que esta última passagem refere aos gentios, e isso, como dissemos, só o modo de aplicação. Ele não diz uma palavra sobre o v. 11 e sua predição do retorno de Israel. Nem qualquer outro escritor do Novo Testamento faz uma aplicação espiritual de tais profecias.
Não obstante, é-nos dito que o Novo Testamento explica e aplica as profecias da restauração de Israel do cativeiro a esta era do Evangelho (Isa. 52:11; Jer. 30:18-24; 2Cor. 6:17,18), e, daí, que elas são típicas de nosso grande livramento por Jesus Cristo. Leia o leitor cuidadosamente as referidas passagens. Não há aqui mais do que a aplicação por um escritor do Novo Testamento de um princípio e um apelo que acham sua primeira enunciação no Velho Testamento. Esta prática constante de nossos oponentes em lerem em o Novo Testamento argumentos que não estão lá é evidência suficiente da inteira falsidade de sua contenção. Se tivessem quaisquer prova real, eles a usariam.
Semelhantemente se afirma que “a profecia de Jeremias do Novo Testamento Concerto (Jer. 31:31-34) cumpriu-se e estabeleceu-se em Cristo”. Desde que o novo concerto é um concerto de graça sob o qual Deus trata com crentes individuais em vez de com uma nação, assim como sob o antigo concerto, crentes não estão agora debaixo dele. MAS ASSIM FOI ABRAÃO! Gal. 3:6-18. Este concerto foi primeiro feito conhecido a Abraão por meio de Cristo. É esta a razão de os gentios participarem dele. Mas em Jer. 31 e 32 está revelado que Israel como uma nação (a nação viva no tempo) virá sob este concerto. Enquanto uma vez Deus tratou principalmente com eles como um todo debaixo do velho concerto, então tratará com a nação inteira como indivíduo debaixo do novo concerto. Então o escritor aos hebreus, escrevendo a crentes professos entre os judeus, faz aplicação das palavras de Jeremias para provar a esses judeus que o antigo concerto foi recolocado. Nada há aqui para provar que ainda não há para ser uma aplicação deste concerto a toda a casa do Israel nacional. Isto é o sentido evidente das palavras de Jeremias, interpretadas à luz de toda a profecia do Velho Testamento. Quando nossos oponentes as espiritualizam, fazem-no, não sobre a base da Escritura senão sobre a base de suas próprias noções pré-concebidas. O único método seguro de interpretar a Palavra de Deus é considerá-la literal, a menos que haja clara indicação de um sentido figurado ou espiritual. Têm eles falhado por completo na exibição dessa indicação clara.
Quando chegamos a Isa. 11:11,14, nossos oponentes são de fato oprimidos. Eles sabem perfeitamente que eles não podem achar um cumprimento no Velho Testamento, nem eles procuram achar um; mas antes eles nos dizem que exigiria um milagre de levantar dentre os mortos às referidas nações, se esses versos devem ter um cumprimento literal no futuro. Eles referem, dizendo-nos ao retorno nesta época do resíduo segundo a eleição da graça dentre os judeus, isto é, seu retorno a Deus e a Cristo. Não; o cumprimento literal destes versos não requererá o erguimento dentre os mortos das nações mencionadas. As nações mencionadas meramente representam as nações da terra, dentre as quais, mesmo “dos quatro cantos da terra” e “as ilhas do mar” Deus “ajuntará de Israel e reunirá os dispersos de Judá.”
(c). Mas nossos oponentes ainda não estão liquidados. Sob pena de haver alguns pedacinhos de profecia que escaparam aos métodos de eliminação já observados, vem eles com um terceiro ataque. É-nos dito que, se houver algum deixado, esses não estão devidamente incluídos nas classificações supra citadas: eles devem ser considerados perdidos e cancelados, porque as condições não foram preenchidas. Alega-se que Cristo e os apóstolos declararam ser isto verdade em Mat. 23:37,38; Rom. 11:10; 1 Tess. 2:15, 16.

Examinemos estas passagens. Na primeira (Mat. 23:37, 38) Jesus diz: “Eis que vossa casa vos está deixada deserta”. Isto, Ele lhes disse no verso seguinte, foi porque Ele ia separar-se deles, no propósito de Deus se deu em conseqüência deles rejeitaram-no. Daí, não O veriam dali em diante – por quanto tempo? Não para sempre, “ATÉ QUE DIGAIS, BENDITO É O QUE VEM EM NOME DO SENHOR”. Isto aponta para o tempo quando Israel não será mais incrédulo, mas alegremente recebe Cristo; que é para ser, segundo Cristo, na SUA vinda. Veremos mais disto depois.

A segunda passagem está em Rom. 11:10, a qual reza: “escureçam-se seus olhos, para que não vejam e encurvem-se-lhes de continuo as costas”, uma citação do Sal. 69:23. Esta deprecação, quando lida, tão certamente como ela deverá ser, à luz de todo o Salmo 69 e do capítulo 11 de Romanos, pode ser tomada como se APLICANDO PRIMARIAMENTE À GERAÇÃO DOS JUDEUS VIVOS AO TEMPO DO MINISTÉRIO TERRENO DE CRISTO.

Além disso, pode ser APLICADA À NAÇÃO CONTINUDA SOMENTE ENQUANTO COTINUEM SUA REJEIÇÃO DE CRISTO. Observem que Davi implica que eles judeus não rejeitarão sempre o Messias, quando no v. 35 diz: “Porque Deus salvará a Sião e edificará as cidades de Judá , para que possam morar lá e tê-la em possessão”. Paulo desenvolve este pensamento e faz seu sentido inconfundível, a saber, “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, sob pena de serdes sábios em vossos próprios conceitos, que um endurecimento em PARTE veio sobre Israel, ATÉ QUE A PLENITUDE DOS GENTIOS HAJA ENTRADO” (Rom. 11:25). Este é o verso chave do capítulo inteiro, que se baseia em dois fatos: (1) que o endurecimento e a incredulidade de Israel não são somente EM PARTE, parcial, não envolvendo a nação inteira – havendo agora “um resíduo segundo a eleição da graça” (Rom. 11:5). (2) que é TEMPORÁRIO, estendendo-se somente “ATÉ que a plenitude dos gentios haja entrado”. Então, como o verso seguinte afirma, e como mais tarde notaremos mais completamente, “todo o Israel (a nação viva no tempo) será salvo.”

O que dissemos por enquanto sobre Rom. 11:10 explica também em cheio a terceira passagem citada, 1 Tess. 2:15,16.

A alegada perda e cancelamento de bênçãos prometidas a Israel estão no que nossos oponentes chamam o elemento na profecia. Como prova de tal elemento citam Deut. 28:13-15,25,43,44; Jer. 18:7-10.

Ao que respondemos que as bênçãos de Deus são sempre condicionais. A graça e as bênçãos de Deus aos crentes neste tempo são condicionadas (*) na sua fidelidade e perseverança final. Vide Mat. 10:22,32; Atos 14:22; Rom. 2:6-10; 11:22; Col. 1:21-23; Apoc. 2:7-11. Contudo, Deus declara em termos absolutos que todos quantos crêem verdadeiramente em Cristo serão finalmente salvos. É só o arminiano que nega isto. E nossos oponentes colocam-se a si mesmos no terreno arminiano quando alegam o cancelamento e a perda das bênçãos prometidas a Israel. Nesta raia não estão melhores do que os arminianos em procurar provar que o povo salvo pode falhar em receber sua herança eterna. Discutiríamos tão cedo com uns como com outros. Os casos são exatamente paralelos. As bênçãos prometidas a Israel estabelecem-se completamente em termos tão absolutos como são as palavras faladas e a crentes. Virai e lede outras passagens dadas em prévia página para provarem o reajuntamento de Israel. As palavras não podiam ser mais manifestamente absolutas.

A explicação de tudo é que, com Israel, bem como com os crentes, Deus garantiu que as condições serão preenchidas. Em ambos os casos esta garantia está baseada na presciência e escolha eterna de Deus, sobre eleição eterna incondicional, se voz apraz! Vide Rom. 8:29,30; 11:2,27-29.

Isto então nos traz a notar:

(2). A conversão de Israel

A. Passagens que a ela aludem.

As seguintes passagens mostram que Israel receberá todas as coisas prometidas de Deus por virar-se para Ele como um todo em arrependimento e fé genuína através de Sua graça e a operação do poder do Espírito Santo:

“E tornarei minha mão sobre ti, purificarei inteiramente as tuas escórias e tirar-te-ei todo o teu estranho; e restituirei os teus juizes como foram dantes, teus conselheiros como no princípio; depois serás chamada A cidade de justiça, a cidade fiel. Sião será remida com juízo e os seus convertidos com juízo e seus convertidos com justiça.” Isa. 1:25-27.

“E acontecerá que o que ficar de resto em Sião e o que ficar em Jerusalém serão chamados santos, todo aquele que em Jerusalém está escrito para vida (entre os vivos em Jerusalém), quando o Senhor terá lavada a imundícia das filhas de Sião e purgado o sangue de Jerusalém no meio dela com o espírito de juízo e com o espírito de queima.” Isa. 4:3,4.

“Dir-se-á naquele dia: Eis que este é o nosso Deus; nós O aguardávamos, alegrar-nos-emos e regozijaremos na Sua salvação.” Isa. 25:9.

“Porque eu vos tirarei dentre os pagãos e vos ajuntarei de todas as nações, trar-vos-ei à vossa própria terra. Então sobre vós derramarei água limpa e ficareis limpos; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Um novo coração também vos darei e um novo espírito porei em vós: tirarei o coração granítico da carne e vos darei um coração de carne. Porei em vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos e guardeis os meus juízos, e os façais.” Eze. 36:24-27.

“E derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém o espírito de graça e de súplica; olharão para mim, a quem traspassaram e prantearão por ele, como se pranteia por seu único filho; sobre ele chorarão amargosamente, como se chora em amargura por seu primogênito.” Zac. 12:10.

“E farei voltar o cativeiro de Judá e o de Israel, edificá-los-ei como no princípio. E os purificarei todas as suas iniqüidades com que pecaram contra mim. E esta cidade será para mim um nome de alegria, um louvor e uma honra perante todas as nações da terra, que ouvirão todo o bem que em lhes faço; e temerão e tremerão por toda a bondade e prosperidade que eu lhes causo.” Jer. 33:7-9.

“E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Sairá de Sião o Libertador e desviará de Jacó as impiedades: porque este é o meu concerto com eles quando eu remover os seus pecados. Como quanto ao Evangelho, são inimigos por vossa causa; mas, quanto à eleição, são amados por causa dos pais. Porque dos dons e da chamada de Deus, Deus mesmo não se arrepende.” Rom. 11:26-29.

O “todo Israel” que será salvo está explicado por Isa. 4:3, previamente dado, a saber, “o que está deixado em Sião e o que fica em Jerusalém... todo o que está escrito entre os vivos em Jerusalém.” Esta última passagem está mais explicada por Zac. 13:8,9 que reza: “E acontecerá que, em toda a terra, diz o Senhor, duas partes delas serão cortadas e morrerão. MAIS UMA TERCEIRA PARTE SERÁ DEIXADA NELA. E trarei a terceira parte pelo fogo e os refinarei como se refina a prata, prová-los-ei como se prova o outro; invocarão o meu nome e eu os ouvirei; direi: É meu povo. E eles dirão: O Senhor é o meu Deus.”

B. Objeções feitas por nossos oponentes à nossa interpretação destas profecias.

(a). Dirá qualquer de nossos oponentes que estas profecias já se cumpriram na experiência do Israel nacional? Se assim é, notem eles: (1) Que esta conversão, segundo Zac. 12:10, devia vir depois que os judeus traspassaram a Cristo, pois está dito, “...olharão para mim, a quem traspassaram”, e é evidente que esta passagem se refere à mesma experiência de que se falou noutras que demos. (2) Não houve tempo na história de Israel no Velho Testamento quando cada um ficando em Jerusalém foi chamado santo, como declarado por Isa. 4:3. (3) A referência de Paulo à salvação de Israel (Rom. 11:26) mostra que isto não foi uma experiência do Velho Testamento. (4) As palavras de toda passagem dada implica algo sobrepujando qualquer experiência de Israel quer na volta de Babilônia, quer na libertação de Antiôco Epífano.

(b). Dirão nossos oponentes que as bênçãos mencionadas se perderam porque as condições não se preencheram? Se assim, estipulem eles as condições. Não nos é dito que Israel dirá: “Eis que este é o nosso Deus”; que um novo coração e um novo espírito serão postos neles, fazendo-os andar nos estatutos de Deus e guardar os Seus juízos; que sobre eles será derramado o espírito de graça e de súplicas; que serão purgados, lavados, purificados, redimidos e perdoados? Como podia a linguagem ser feita mais absoluta? Se as bênçãos destas passagens eram perdíveis, então assim também a salvação dos eleitos de Deus. Antes de podermos crer que estas promessas não são absolutas teremos de ser convencidos da verdade do arminianismo.

(c). Não; não muito de nossos oponentes, talvez, tomarão qualquer das duas idéias já observadas. Os mais deles dirão que estas promessas devem ser espiritualizadas e aplicadas a crentes nesta época do Evangelho; ao que respondemos: (1) Qual é o significado, então, de “Restaurarei teus juizes como no começo” (Isa. 1:26)? E mais ainda, qual é o significado de “cada um que está escrito entre os vivos em Jerusalém” (Isa. 4:3)? Outra vez, que quer dizer quando Deus diz a Israel que Ele “os edificará como no principio” (Jer. 33:7)?

A questão toda quanto à espiritualização das passagens dadas pode ser resolvida à própria interpretação de Rom. 11:26. Dizem-nos os espiritualizantes que “todo Israel” aqui é o eleito de todas as nações, Israel espiritual assim chamado. Mas semelhante interpretação desta passagem não é nada menos que um lanho cruel dela do seu contexto. Tão absurdo é que nos atrevemos em dizer que nenhum leitor cuidadoso a adota, salvo se ele estiver mais interessado em sustentar uma teoria do que em conhecer a verdade. O contraste por todo o capítulo está entre os gentios e Israel e o vs. 25 torna-o claro, que esta distinção prossegue avante até ao v. 26. Cândidos comentadores, portanto, inteiramente à parte de qualquer interesse na questão milenal, reconhecem que a alusão aqui é ao Israel nacional, a saber. “O contexto imediato... tende para o povo judaico “como um todo”” (A. T. Robertson, Word Pictures in the New Testament). “Mas certamente faz violência às palavras e ao pensamento explicar Israel misticamente em toda esta passagem. A interpretação torna-se num trabalho arbitrário se podemos de repente faze-lo assim aqui, onde a antítese de Israel “e os gentios” é o verdadeiro tema da mensagem. Não; temos aqui a nação, escolhida uma vez para uma especialidade misteriosa na história espiritual do homem, escolhida por uma escolha jamais cancelada, conquanto suscetível. Uma benção está em vista para a nação; uma benção espiritual, divina, toda de graça, perfeitamente individual na sua ação, porém nacional na escala dos seus resultados.” (H. G. Moule, The Expositor’s Bible). “Todo o Israel será salvo: a grande massa dos judeus em contraste com o “resíduo” referido no verso 5” (J. M. Pendleton, The New Testament With Brief Notes). “E assim... todo o Israel será salvo, isto é, o Israel literal, no sentido coletivo da palavra, toda a posteridade de Jacó. Que a palavra é para ser tomada neste sentido e não no sentido de Israel espiritual, incluindo os gentios, infere-se razoavelmente da vigorosa distinção entre judeus e gentios observada através de toda esta seção; vide 9:24,30,31; 10:12, 19:21; 11:11,12,13 e especialmente no contexto imediato vs. 17,31” (A. N. Arnold, Na American Commentary on the New Testament). “Ao nosso ver Paulo ensina que... Israel como um todo, talvez a nação total que estaria então em existência” (prof. Turner), aceitará a Jesus como seu Messias... “(D. B. Ford, ibid).

(3). A restauração da vida nacional de Israel

A. O governo teocrático de Israel será restaurado. Cristo será o seu rei e os doze apóstolos serão os seus juizes. Isa. 9:7; 32:1; Jer. 23:5,6; Eze. 34:23,24; Zac. 3:14,15; 14:9,16; Isa. 1:26; Mat. 19:28.

B. Todas as nações virão a Jerusalém a adorar. Vide Isa. 2:3 outra vez e também: Zac. 8:21,22; 14:16,17; Isa. 66:22,23. Dizem nossos oponentes que um cumprimento literal destas passagens no futuro será impossível; pelo que somos lembrados de que Sir Isaque Newton predisse uma vez que, “para o cumprimento da profecia era necessário que os meios de comunicação rápida entre todas as nações fossem grandemente aumentados... para habilitar os homens a viajarem quarenta milhas por hora, de cuja opinião Voltaire fez esta observação: “Que pensa você que Sir Isaque Newton disse? Bem, ele prediz agora que virá o tempo quando o povo viajará na razão de quarenta milhas por hora. Vede a que extremidades o estudo da Bíblia pode levar uma grande dotada”. (Urquhart, New Bible Guide, Vol. 8, pag. 287). Sorrimos a isto de Voltaire. Mas o argumento de nossos oponentes é assim tão pueril e estúpido. Pensam eles que com Deus é impossível fazer isto acontecer? Sabem eles quão mais rápidas as comunicações internacionais serão? Podem eles predizer que as condições geográficas na nova terra não tornarão isto mais fácil do que no presente? Quanto a nós, cremos que contanto que a boca de Deus falou a profecia, essa mesma boca ordenará seu cumprimento e será feito.

C. O culto será de pleno acordo com a obra acabada da redenção. Sentimos que nem a coerência, nem qualquer outra coisa dita na Bíblia nos obriga a crer que o sistema sacrificial dos Judeus será totalmente restaurado. Haverá uma casa de culto, chamada tanto tabernáculo como templo. (Ez. 37:27; 43:5-7; Zac.6:12-13; 14:21; Mal. 3:1). O templo mostrado a Ezequiel em visão (capítulo 40-47) é talvez uma prefiguração em desse templo, especialmente em vista de Eze. 45:5-7; 47, mas, quanto à letra, consideramos o molde como aquele Israel deverá ter seguido na construção do templo depois da volta da Babilônia (*). Aqui há, talvez, uma confusão de ambos: o templo que Israel devera ter construído e o que o Senhor mesmo edificará; tanto como em outras passagens temos uma fusão das duas voltas de Israel, e dois adventos (Mal. 3:1-5; Isa. 61:1-2) (**), os dois cercos de Jerusalém (Mat. 24 – ocorrido em 70 A. D., e o que ocorrerá na batalha de armagedom, Zac, 14:1-2; Apoc. 19:19-21) passagens há que falam de sacrifício em conexão com o milênio. Mas estas podem ser simples expressões figuradas de culto. Sentimo-nos certos de que a obra dos sacerdotes sob o reino de Cristo (Isa. 66:21) será tão alterada a ponto de fazê-la ajustada à Sua redenção consumada. Os sacrifícios que foram feitos em conexão com a festa dos Tabernaculos (Zac 14:16) e quaisquer outras razões especiais que sejam observadas, sentimo-nos certos, serão ou abolidos ou tão alteradas a se ajustarem em a natureza do reino de Cristo. Não estamos no mínimo com medo de que Deus não saberá como ajustar essas coisas no Seu plano.

Para interpretar referencias a sacrifício na nova terra como figurados não significa que, para ser coerentes, devemos espiritualizar cruelmente toda profecia que se não cumpriu para Israel na primeira dispensação. Não há absolutamente razão para espiritualizar-se o reajuntamento, a conversão e o restabelecimento de Israel como uma nação. Não estão nunca espiritualizados no Novo Testamento e não há nada sobre eles que seja incronguente com o reino de Cristo; porém, no caso do sistema sacrificial, é diferente. Assim estamos nos apegando à nossa regra de interpretar a escritura literalmente, a menos que tenhamos indicação clara de, ou boa razão para, um sentido figurado ou simbólico. A nossa interpretação aqui também está em harmonia com o fato que o literal e o simbólico estão algumas vezes misturados na Bíblia.

Neste ponto é oportuno replicar a certas objeções: (1) Não haverá uma volta de Cristo a Moisés, porque Cristo estará lá em logar de Moises, segundo Deut. 18:15. A graça e o Evangelho reunirão no milênio como agora. (2) Não haverá uma volta ao antigo concerto, mas a aplicação do novo concerto a Israel como predito. (3) Não haverá uma vira volta ao sacerdócio araonico, exceto tanto quanto ele se ajusta ao reino do Messias. Então como agora Cristo será o sumo sacerdote. Ele nomeará sacerdote e levitas para ajudarem-O. Isa. 66:21. Estamos prontos para confiar-Lhe à consecução disto em completa harmonia com sua tarefa acabada. (4). Não haverá um passo atrás quando a igreja der logar ao Israel remido, antes será uma gradação gloriosa. Rom. 1:12; Isa. 11:10. (5) O cristianismo não será invalidade pelo judaísmo, mas antes a graça de Deus triunfará sobre Israel, permeando-o; e Israel será o que o que aprouve a Deus que seja. Esperamos estar e regozijarmo-nos nele. Isa. 65:17-19; 66:10-14. Mesmo agora nos regozijamos enquanto vivemos na antecipação dele.

III. OS APÓTOLOS E O FUTURO REINO

Os apóstolos, depois de servirem ao ministério de Cristo por três anos, creram que o reino estava para ser restaurado a Israel, como evidenciado pela pergunta, Atos 1:6. Eles O tinham ouvido falar as palavras de Mat. 19:28, as quais lhes prometeram que eles regeriam Israel, e as palavras de Mat. 23:39, as levam à implicação inescapável que Israel algum dia diria: “Bendito é aquele que vem em nome do Senhor”. Talvez Ele expandira estes assuntos na presença deles, a eles se referindo em ocasiões outras que não as referidas acima. As palavras de Cristo tinham confirmado a esperança que a profecia do Velho Testamento acendera em seus corações. Creram no fato, porém estavam confusos quanto ao tempo. Conseqüentemente perguntaram a Jesus: “Senhor, restaurarás neste tempo outra vez o reino a Israel?” Aqui estava a oportunidade de Cristo para pô-lo direito se estavam errados. Mas Ele não o fez. Porque? Se nossos oponentes tivessem estado no logar de Jesus, certamente não perderiam a oportunidade. São muito ativos e zelosos hoje em procurar salvar da “heresia” aqueles de nós será restaurado a Israel no tempo devido. Foi Cristo menos zeloso pela verdade do que os apóstolos? Foi Ele menos interessado nos apóstolos do que eles são em nós? Porque Ele não contou aqueles apóstolos “errados”, tão seguramente como nossos oponentes teriam feito, que esta fabula judaica originada nos escritos apocalípticos do período inter bíblico não foi ensinada pelos profetas e que eles não deveriam entendê-Lo como ensinando isto em qualquer coisa que Ele dissera; que a distinção entre judeus e gentios fora obliterada para sempre; que todas as profecias do Velho Testamento, não literalmente cumpridas naquele período, ou se perderam, ou deviam ser espiritualizadas e aplicadas a esta época? De novo perguntamos: “Porque Cristo não os desilusionou?”

A falha de Cristo em corrigir esta noção supostamente errada torna-se evidência mesmo mais forte que ela não estava errada à luz de João 14:2: “Na casa de meu Pai há muitas mansões; se assim não fora, eu vo-lo teria dito.”

Então, quando, em vez de os corrigir, Ele deu uma resposta que distintamente implica a verdade de sua crença, ela fornece prova certa que eles estavam direito. Ele simplesmente disse: “Não voz compete saber os tempos e as razões que o Pai colocou em Seu próprio poder”.

IV. O REINO FUTURO E O SILÊNCIO COMPARATIVO DO NOVO TESTAMENTO

Nossos oponentes fazem muito do que eles chamam o silêncio de Cristo e dos apóstolos quanto às minúcias do que cremos concernente ao reino futuro. Este silêncio não é tão grande como eles queriam que nós pensássemos. Eles negam tudo quanto está dito e então berram que o Novo Testamento está calado. Eles são como um disputante que proíbe ao seu oponente falar e então usa de sua falha para falar como um argumento contra ele.

Temos notado que o Novo Testamento prediz um reino futuro; temos notado que ele ensina iniludivelmente que Cristo ascenderá ao Seu trono quando Ele vier; que os apóstolos ocuparão posições especiais de regência sobre Israel. Temos mostrado que todos os crentes reinarão com Cristo, quando Ele ascender ao Seu trono. Temos mostrado como isto liga com a profecia. Temos observado que “todo Israel” (*), em distinção dos gentios, será salvo, dizendo: “Bendito é o que vem em nome do Senhor.” (Mat. 23:39), cujo evento estava manifestamente na mente de Paulo quando, ao falar do véu que ainda está sobre o coração de Israel, disse: “Não obstante, quando ela (a nação) virar-se para o Senhor, tirado será o véu” (2 Cor. 3:16). Em harmonia com isto, Cristo ensinou que Jerusalém, após sua devastação por Tito, em 70 A. D. , seria “pisada pelos gentios” não sempre, mas somente “até que os tempos dos gentios se cumprissem” (Lucas 21:24). Temos então a muito disputada passagem de Apoc. 20:1-7, a respeito da qual veremos mais depois. Estas referências bastam para mostrarem o sentido da profecia.

Conquanto seja verdade que o Novo Testamento diz muito menos do que o Velho Testamento do futuro de Israel como nação, Isto é porque sua aplicação primária é ao tempo dos gentios. É isto igual ao fato que o Velho Testamento tem comparativamente pouco a dizer de bom sobre os gentios.

Doutro lado, observe-se que as passagens sobre as quais nossos oponentes se afirmam são comparativamente poucas e inconclusivas. Eles não acham nenhuma referência a Cristo sentar-se agora no trono de Davi. Não podemos apontar nenhuma afirmação de Cristo ou de quaisquer apóstolos no sentido de referências proféticas ao reajuntamento de Israel se referirem aos eleitos e seu reajuntamento dentre todas as nações; que as referencias do Velho Testamento a Jerusalém e as bênçãos que virão sobre ela cumpriram-se nesta época ou que elas se referem à “nova Jerusalém”; que os crentes estão agora reinando com Cristo quer na terra ou no céu. Assim a discussão se estreita em duas perguntas: (1) Firmamo-nos nas referencias do Novo Testamento mais forte e conclusivamente do que as em que se firmam nossos oponentes? (2) Submeter-se-á profecia do Velho Testamento aos métodos de eliminação empregados pelos nossos oponentes? Cada estudante deve decidir estas perguntas por si mesmo.

V. O REINO FUTURO E A INTERPRETAÇÃO DE APOCALIPSE 20:1-7

Estamos prontos para inquirir da adequada interpretação desse disputado capítulo. É inteiramente próprio interpreta-lo à luz do resto da Bíblia, particularmente o Novo Testamento. Quando assim interpretado, devemos concluir que Satanás está agora preso ou esteve preso em qualquer tempo desta época, como contendem alguns de nossos oponentes ? Há outras referências quaisquer que sugiram ou recomendem esta conclusão? Certamente que não cremos assim. A vitória de Cristo sobre o diabo, tanto quanto ela afetou o mundo em geral, foi potencial, não atual. Mat. 12:29; Lucas 11:22 tem referência a casos individuais e não ao aprisionamento geral de Satanás. O mesmo é verdadeiro de Cristo dar autoridade aos apóstolos sobre só no caso daqueles com quem os apóstolos estiveram em contacto, deixando-O perfeitamente livre com outros. Nem 1 João 5:18; João 10:28; Tiago 4:7 tem qualquer referência ao aprisionamento de Satanás. Através de todo o Novo Testamento ele é visto, não acorrentado e no abismo sem fundo, mas “catando o que foi lançado no coração” (Mat. 13:19); semeando o joio no campo (Mat. 13:39); cirandando os crentes (Lucas 22:31); prendendo os perdidos no seu poder (Atos 26:18) e cegando seus olhos (2Cor. 4:4); corrompendo as mentes “da simplicidade que está em Cristo” e transformando-se a si mesmo “em um anjo de luz” (2Cor. 11:3); como “o príncipe do poder do ar, o espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Efe. 2:2); impedindo crentes (1 Tess. 2:18); andando em redor como um leão rugindo “buscando a quem possa devorar” (1 Ped. 5:8). Passagens tais como Rom. 16:20 e Apoc. 12:12 (se Apoc. 12 for interpretado como se tendo cumprido no nascimento de Cristo) devem ser interpretadas à luz de 1 Cor. 7:29, onde a palavra “breve” já foi achada para permitir o lapso de mais do que dezenove séculos.

Parece plausível que o aprisionamento de Satanás não quer dizer mais do que ele não impedirá a pregação do Evangelho a todas as nações? Não é a linguagem de Apoc. 20:2,3 forte de mais para ser adaptada a um sentido tão fraco? A queda do império romano pagão satisfaz ao fato de Satanás, na visão, foi lançado “no abismo sem fundo”, onde ele foi trancado com um selo? Soa isto como um simples limitamento de sua atividade? Ou soa como restrição completa? Foi o paganismo o único método de decepção usado pelo diabo? O Santo Império Romano, assim chamado, tornou-se tão grande inimigo do verdadeiro cristianismo como o paganismo jamais fora? Não se embebeu ele muito do paganismo e o trouxe ao pálio do cristianismo, corrompendo assim a verdade? Não foi isto ainda pior decepção que antes? E esta decepção não cresceu a grandes dimensões, envolvendo povo de todas as nações? À luz de Apoc. 3:21, mostra que Cristo não está agora no Seu trono, e Mat. 19:28 e 25:31, que nos dão tempo mais antigo em que Ele se diz sentar-se no Seu trono, isto é, na Sua vinda, podemos considerar os santos como reinando com Ele agora no céu ou na terra? À luz do uso de “alma” em Atos 2:41; 27:37; 1 Ped. 3:20, pode alguém insistir que as palavras: “Vi as almas dos que foram decapitados”, etc., provam que os a quem se alude eram para reina no estado desencarnado? Não é evidente que a “besta” de Apocalipse é uma e a mesma como o “homem do pecado” de Paulo? (2 Tess. 2:4)? Se assim é, então, desde que o homem do pecado é para ser destruído “como o resplender de Sua (de Cristo) vinda” , não é manifesto que Apoc. 19:11-16 descreve a vinda de Cristo, tanto como o evento aqui representado resulta na destruição da besta (Apoc. 19:20)? Se isto é verdade, então, desde que a ressurreição dos justos ocorrerá em conexão com o a vinda de Cristo (1 Cor. 15:23; 1 Tess. 4:16), não é verossímil que a “primeira ressurreição” referida em Apoc. 20 é a ressurreição atual dos justos, mais que uma ressurreição espiritual ou metafórica? Não parece forçado e ilógico considerar a “primeira ressurreição” como simbolizando o avivamento de coisas pelas quais os mártires tinham se batido e, conseqüentemente, a correspondente “segunda ressurreição” como simbolizando o avivamento e triunfo das coisas pelas quais os ímpios se bateram, quando lá nos vs. 12-14 se pinta uma atual ressurreição? Em outras palavras, não é pobre exegese postular uma ressurreição nos vs. 7:10, onde não há menção de um surto dentre os mortos, quando a exigida “segunda ressurreição” está provida nos vs. 12-14, nos quais temos atual surto dentre os mortos? Não é forçar o emprego ordinário da linguagem insistir sobre tal exatez assim como exigir que as palavras: “Mas o resto dos mortos não viveu outra vez até que terminassem os mil anos” significam que a “segunda ressurreição” tinham que vir exatamente no expirar dos mil anos e não podia ocorrer no fim da seguinte “pequena sasão”? O vs. 6 não indica que a “primeira ressurreição” é uma ressurreição corporal por implicar que quem não participar dela virá sob o poder da segunda morte? Pode a “primeira ressurreição” ser considerada como representativa de “um avivamento da piedade e dos princípios dos mártires”, quando o v. 4 não diz que só mártires sentaram-se sobre tronos? João viu o trono ocupado e viu os mártires, mas o verso certamente não prova que somente os mártires estavam nos tronos.

Ao passo que respondemos essas perguntas para nós mesmos, concluímos que a passagem em foco se refere ao mesmo reino que temos estado considerando: aquele reino que principiará quando Cristo vier e ascender ao Seu trono. Em nossa mente a evidência disto é concludente.

VI. O REINO FUTURO E CERTAS OBJEÇÕES GERAIS.

Ao passo que prosseguimos com a nossa discussão, procuramos responder a tantas objeções específicas de nossos oponentes quantas pudermos tratar de uma maneira ordeira. Agora tornaremos a algumas objeções mais gerais às coisas estabelecidas neste capítulo.

1. É NOS DITO QUE O NOVO TESTAMENTO CARACTERIZA OS DIAS DESTE EVANGELHO COMO DA “ÚLTIMA” ÉPOCA E NÃO PODE HAVER, PORTANTO, NENHUM PERÍODO ULTERIOR DE TEMPO ALEM DO FIM DA PRESENTE ÉPOCA. CITAM-SE NESTA CONEXÃO PASSAGENS COMO AS SEGUINTES: HEB. 1:1,2; 9:26; 1 COR. 10:11; 1 JOÃO 2:18; 1 PED. 1:20

A resposta aqui é simples. Estas passagens, falando de “o fim destes dias”, “o fim dos séculos”, “o último tempo” e “estes últimos tempos” devem ser entendidas à luz das seguintes passagens: Mat. 12:32; Luc. 18:30; Efe. 1:21; 2:7; Heb. 6:5, as quais falam de “o mundo por vir”, “os séculos por vir” e “o século por vir”. À luz destas últimas passagens as primeiras não podem significar mais do que: estamos, agora, vivendo nos últimos dias, séculos e tempos da presente ordem de coisas, enquanto as últimas passagens contam-nos que de outros tempos ainda a vir. Os que negam isto põem-se em oposição direta e inconfundível com a Palavra de Deus.

Não nos cabe dizer arbitrariamente qual será a ordem divina de coisas para a época que seguir esta imediatamente. Devemos deixar a Palavra de Deus responder. Esta época terminará com juízo. Vide Mat. 13:40; 25:31-46. (Nossos oponentes concordarão conosco até aqui). Isto será seguido da entrada dos salvos na terra no reino preparado para eles. Mat. 25:34. É em conexão com este julgamento e este reino que temos a primeira menção de Cristo sentar-se no Seu trono. Então aprendemos mais da natureza deste reino por virarmos para Mat. 19:28, onde achamos que este reino será introduzido por “a regeneração” e pelos doze apóstolos assentados em tronos, julgando as tribos de Israel. “A regeneração” indebitamente aponta de volta aos “novos céus e nova terra” de Isa. 65:17-25. Ver-se-á da leitura destes versos que eles não descrevem o estado final dos justos, mas por certo uma tal ordem de coisas como alguém esperaria sob as prometidas bênçãos de Deus sobre Israel e a prisão de Satanás. É uma ordem em que a morte não prevalecerá, em que o pecado entrará ainda que não esteja presente primeiro; em que se edificarão casas, se plantarão vinhas, e a oração apresentada.

Estamos vivendo nos últimos dias da oportunidade do Evangelho para os agora vivos. Ninguém que morrer na incredulidade ou for encontrado em incredulidade quando Cristo vier para julgar o mundo entrará no Seu reino futuro, mas perecerá, Mat. 25:41. Daí, ninguém, agora vivo terá uma oportunidade de se salvar além desta vida ou época.

O julgamento de Mat. 25 é um julgamento de nações no sentido dos indivíduos constituintes destas nações. Ninguém senão indivíduos salvos entrará no milênio. São as ovelhas deste julgamento. São crentes gentios. Por outro lado, temos mostrado que “todo Israel”, a nação que testemunha a volta do Senhor (Isa. 4:3,4; Zac. 12:10), será convertido como indivíduos. Daí somente judeus salvos entrarão no milênio; mas, se como cremos, estes gentios e judeus salvos entrarem no milênio nos seus corpos naturais, a raça continuará a reproduzir-se e as crianças que nascerem precisarão ser salvas. Certamente o Evangelho não terá perdido para elas o seu poder salvador. Lembremo-nos de que o termo “era do Evangelho” para este atual período é de nossa própria cunhagem. O Novo Testamento não lhe deu esta designação. A designação bíblica para esta era é “os tempos dos gentios” (Lucas 24:21). Não temos fundamento, pois, para inferirmos que esta é a única era em que o Evangelho será pregado. Nossos oponentes presumem ingarantidamente aqui como além mais.

2. NOSSOS OPONENTES ACHAM INTOLERAVEL INCONGRUÊNCIA NA MISTURA DE MORTAIS E IMORTAIS NO REINO DO MILÊNIO.

Não sabemos exato quanto de mistura haverá entre os dois; mas a resposta é outra vez muito simples, sobremaneira simples, e perfeitamente breve: os santos que reinarem com Cristo terão corpos como o de Cristo (1 João 3:2; 1 Cor. 15:49; Fil. 3:21): o corpo em que Ele se ergueu do túmulo, no qual ascendeu ao céu e no qual de novo (Atos 1:11). Enquanto aqui na terra e nesse corpo Cristo misturou-se com os discípulos mortais, sendo visto por mais de quinhentos deles uma vez. 1 Cor. 15:6. Parecidamente Ele não achou se não incongruidade nisto. Nem achariam nossos oponentes se não estivessem aflitos por argumento prementes.

3. CONTENDE-SE QUE OS PROFETAS VIRAM O CUMPRIMENTO FINAL DE SUAS PROFECIAS NA RESSURREIÇÃO DE TODOS OS CRENTES MAIS DO QUE NO REINO E NA RESTAURAÇÃO DO ISRAEL NACIONAL.

A. Dá-se Eze. 37 como ensinando isso. Neste capítulo o reajuntamento e a restauração de Israel é parecida, não com uma ressurreição senão como uma restauração. Ezequiel viu juntas, carne e pele vindo sobre ossos secos que foram feitos viver. Nossos oponentes veriam isto, se eles procurassem fatos, em vez de porem sobre toda passagem com que tratam a interpretação que lhes apraz. A visão foi dada porque os israelitas no cativeiro estavam dizendo: “Nossos ossos estão secos e nossa esperança está perdida; estamos lenhados de nossas partes” (vs. 11). Portanto, as “covas”, mencionadas no verso seguinte, das quais Deus prometeu trazer o Seu povo, não são buracos no chão, porém as nações que os tragaram. Lam. 2:16; Eze. 36:3; Oséias 8:8. A parábola dos dois paus que segue a dos ossos secos no vale mostra o sentido da primeira. Jeremias era para segurar os dois paus juntamente num só perante os olhos só povo e dizer: “Eis que tirarei os filhos de Israel dentre as nações, donde quer que vão, e os ajuntarei de todo o lado e os trarei à sua própria terra”, vs. 20,21. Então os versos que seguem mostram que isto olhava para tempos messiânicos no seu cumprimento consumado, um templo quando “Davi meu servo será rei sobre eles” e quando “eles habitarão na terra que dei a Jacó...” (vs. 24,25). Nada há aqui que indicie mesmo remotamente a ressurreição de crentes .

B. Outra passagem usada pelos nossos oponentes nesta conexão é Isa. 6:2-8. Esta passagem faz alusão à ressurreição, mas não pode ser tomado que as profecias concernentes à restauração de Israel fossem para ser cumpridas através da ressurreição, porque será dito naquele dia: “Eis que este é o nosso Deus; tínhamos esperado por Ele e Ele nos salvará; esperamos por Ele, folgaremos e nos regozijaremos na Sua salvação.” (vs. 9). Estas são as palavras de Israel restaurado, não de povo restaurado, mas de povo convertido. Verso 8 menciona a restauração de crentes como ocorrendo junto com a restauração de Israel, mas não como o meio dela.

C. Dan. 12:1-3,13, também citada em defesa desta posição. Mas nenhum ensino semelhante é achado aqui. O vs. 1 fala de um fato, o livramento dos judeus, a nação viva, enquanto os vs. 2 , 3 e 13 falam de outros, a ressurreição de crentes. De novo ambos estão associados, mas o último não é feito meio do primeiro.

D. Em Oséias 13:14 expressa-se a restauração de Israel como uma ressurreição, mas é tão fácil entender isto como sendo uma apresentação figurativa da restauração de uma nação viva como é entender passagens que descrevem semelhante restauração como sendo apresentação figurativa de uma ressurreição. Cremos que a Bíblia exige a primeira. O fato de Paulo, em 1 Cor. 15:55 citar Oséias 13:14, nada prova quanto à aplicação desta passagem Israel. Sua linguagem alude a uma ressurreição e pode ser aplicada, portanto, a uma ressurreição, mas a aplicação do verso a Israel deve ser governada pela preponderância do testemunho escrituristico.

E. Atos 26:6-8 é usada num esforço para provar que a ressurreição de crentes é a esperança de Israel, mas a passagem não diz semelhante coisa. A esperança era, como Hackett assinala, “Da promessa” – isto é, de um Messias – “feita há nossos dias”. A ressurreição mencionada é a de Cristo, como mostrado em Atos 13:32,33, e não a de crentes, como nossos oponentes quereriam que pensássemos: porque a ressurreição, considerada como envolvendo a ascensão e exaltação, foi essencialmente o ato consumante no cumprimento da promessa relacionada com o Messias.” (Hackett).

F. Em conexão um fato frouxa com as passagens precitadas nossos oponentes também usam Atos 3:24; 1 Ped. 1:10-12.

Atos 3:24 diz que “todos os profetas, desde Samuel e aqueles que seguem depois, tantos quantos falaram, da mesma maneira predisseram destes dias”. Sim, todos os profetas predisseram de “estes dias”, mas a passagem não diz, como nossos oponentes assumiram arbitrariamente , que TUDO QUE OS PROFETAS ESCREVERAM TEM SUA APLICAÇÃO HÁ ESTES DIAS. Eles falaram do primeiro advento de Cristo e do Seu ministério terreno, mas também falaram do SEU SEGUNDO ADVENTO E DAS COISAS QUE VÃO SEGUIR. Vs. 21, por exemplo, fala de “os tempos de restituição (ou restauração) de tudo, que Deus falou pela boca de todos os Seus santos profetas desde que o mundo começou”. Isto mira além do segundo advento e alude a “um estado de ordem primeira, pureza e felicidade, tal como existirá para os que tem parte no reino de Cristo e Sua segunda vinda” (H. B. Hackett, em Na American Commentary on the New Testament). A palavra para “restauração” foi “usada pelos discípulos a Jesus em Atos 1:6” (“Restaurarás neste tempo outra vez o reino a Israel?” e por Josefo “Do retorno do cativeiro” (Robertson)).

Nem 1 Ped. 1:10-11 ensina que tudo que os profetas escreveram pertence a crentes da presente época. Diz Pedro dos profetas que lhes foi revelado “que não para eles mesmos, mas para vós eles ministraram as coisas”- que coisas? As palavras restantes do verso dão a respeito do verso dão a resposta significativa – as coisas “que agora vos são anunciadas que vos pregaram o evangelho...” Está isto longe de dizer que os profetas não escreveram nada que pertence a uma época futura.

4. NOSSOS OPONENTES TAMBÉM USAM LUCAS 17:20,21; JOÃO 18:26,37 E LUCAS 20:35,36 CONTRA NOSSAS IDÉIAS DO MILÊNIO

A. Em Lucas 17:20,21 disse o Mestre aos fariseus que o “reino de Deus não vem com observação... o reino de Deus está dentro de vós”. O tempo presente aqui mostra que Cristo falou da forma presente do reino; mas temos mostrado que o reino é para ter uma forma futura e nossos oponentes, indiferentes a quanto eles diferem de nós a respeito da forma futura do reino, devem admitir que virá com observação. Virá, quando Jesus vier outra vez, como mostramos, e Sua vinda é para ser visível. Seu primeiro ato como Seu próprio trono será julgar as nações. Este julgamento será visível. Como um resultado deste julgamento às ovelhas entrarão no reino, ou forma do reino, a ser estabelecido. Tudo isso será visível.

B. Jesus disse em João 18:36: “O meu reino não é deste mundo”, mas Ele certamente não quis dizer que o Seu reino não está neste mundo, porque ainda há pouco notamos uma passagem que diz que o reino está agora no meio dos homens (NOTA do Trad. “dentro”, entos humon estin). Quis Ele dizer que o Seu reino não era do material de que se fazem os reinos do mundo; que não era permeado pelo mesmo espírito, não mundano em natureza. Isto será tão verdadeiro da futura forma do reino como é da presente forma.

C. A afirmação de nosso Senhor em Lucas 20:36-37, note-se, não diz simplesmente: “mas eles que obterão... aquele reino, nem casarão nem se darão em casamento”; antes diz: “Mas eles que... obtém aquele reino, E A RESSURREIÇÃO DENTRE OS MORTOS”, etc. A afirmação se aplica somente aos que vierem na primeira ressurreição. A pergunta nos versos precedentes, bem como o verso em foco, mostram que isto é verdade.

5. NOSSOS OPONENTES TEEM MUITO A DIZER SOBRE O LIVRO DO APOCALIPSE SER UM “LIVRO DE SIMBOLOS”

É assim que eles buscariam espantar-nos da verdade e fazer-nos aceitar o seu sistema de interpretação arbitrária. Verificamos que muito há de figurativo no livro, mas nunca admitiremos, como eles não admitem, que tudo do livro é figurativo. Nem concordaremos em segui-lo quando eles o espiritualizam, à vontade, para ajustarem coisas na sua teoria preconcebida.

Reconhecemos que o cavaleiro do cavalo branco no Apoc. 19 é um símbolo, um símbolo de Cristo. E quando lemos neste capítulo, “em justiça Ele julga e faz guerra”, abatendo as nações e regendo-as com vara de ferro, tomando a besta e o falso profeta e lançando-os num lago de fogo, a honestidade comum não nos consentirá dizer que tudo isso alude à queda do império romano pagão, A. D. 476. Vemos aqui o glorioso segundo evento de Cristo, pois outras passagens nos contam que, quando Ele vier, virá para julgar (Mat. 25:31) e fazer guerra (Zac. 14:3-5). Vemos nos vs. 19:21 a mesma coisa que está descrita em 16:14-16, bem como parcialmente em 2 Tess. 2:8 e isto é para ocorrer em conexão com “aquele grande dia de Deus todo poderoso”, o qual é, manifestamente, o dia de juízo para este mundo. Mais ainda, quando lemos da besta e do falso profeta, que “ambos foram lançados vivos num lago de fogo ardendo com enxofre”, cremos que significa a mesma coisa que afirmações iguais, isto é, que foram lançados no inferno. Isto se confirma no capítulo 20:10, que se refere à presença deles lá ao tempo do julgamento do grande trono branco. Assim outra vez acharemos conexão entre Apoc. 19 e Mat. 25:31-46.

Quando então chegamos ao capítulo vinte, reconhecemos alguns símbolos mais: Não cremos que Satanás é para ser preso com uma corrente física ou que será trancado num abismo físico. Nem uma corrente nem um abismo podiam confinar um ser espiritual; mas reconhecemos que isto quer dizer que Deus pelo seu poder suspenderá temporariamente a obra do diabo. Nossos oponentes não só querem espiritualizar, à vontade, mas querem roubar alguns dos seus símbolos de quase toda a sua força. Recusamos brincar com a Palavra de Deus por dizer que isto significa meramente que o diabo não podia daqui em diante tirar os crentes da mão de Deus, ou meramente não podia impedir a pregação do Evangelho a todos as nação por causa da destruição de poder político pagão.

Mais: quando lemos dos tronos ocupados e reinando com Cristo, vemos aqui todos os crentes reinando, porque outras passagens nos dizem que eles o farão. Vide Apoc. 2:26; 3:21 à luz de 1 João 5:4. Ainda mais, quando achamos este reinar coerentemente posto no futuro (Apoc. 2:26; 3:21; Mat. 19:28; 1 Cor. 6:2,3), somos confirmados em colocarmos este capítulo onde ele justamente pertence segundo os eventos do capítulo dezenove. Finalmente, observando que o reino dos santos é para ser na terra (Apoc. 5:9,10), concluímos que todo este assunto alude a um reino terreno, o que está confirmado por Zacarias 14:9; Isaias 2:4.


*Evidente é que “um novo céu e uma nova terra” aludidos por João em Apoc. 21:1 não são os mesmos que os “novos céus e uma nova terra” mencionados por Isaías. João viu, manifestamente, os resultados de uma segunda renovação que é para seguir-se à soltura de Satanás e à conseqüente rebelião de Gog e Magog. Vide Apoc. 20:7-10.

*Blaikie diz: - “Seria impossível narrar todos os cercos, batalhas, assassínios e massacres que deram o seu tom escuro a este período da história” (Bible History, pág. 398).
*Para uma predição da presente dispersão geral dos judeus, vide Deut. 28:49-69; que se cumpriu no ano 70 A. D. sob os romanos. “A distancia de que vieram os romanos, a rapidez de suas marchas, o emblema de suas armas, o seu treino militar, e língua estranha, podia escassamente ter sido descrito em termos mais apurados. A desolação continuada a seguir-se não é aplicável ao tempo de Nabucodonozor ou de Antiôco” (Urquhart, The New Bible Guide, Vol. 8, pág. 275).
*) O verso 16 é realmente um bumerangue contra nossos oponentes, quando lido à luz do v. precedente. O v. 15 nos conta que haverá uma destruição da “língua do mar do Egito”, de modo a fazerem os homens ir a pé enxuto”. Isto explica a referência ao livramento de Israel no Egito. Assim como atravessaram o Mar Vermelho a pé, enxuto, assim no seu final retorno do cativeiro atravessarão águas a pé enxuto. Agradeçam-nos nossos oponentes por nos dizerem como isto se cumpriu na volta da Assíria e Babilônia.
* Uma condição, como implicada aqui, é “um evento, fato, ou coisa parecida, que é necessário à ocorrência de alguma outra, ainda que não sua causa” (Funk & Wagnalls Desk Stardard Dictionary).
Não temos positivamente declarado em Ezequiel que Deus ocasionaria a edificação de um templo segundo todos os pormenores desta visão. De outro lado está positivamente declarado que Deus realizará o retorno, a conversão e o restabelecimento de Israel. Assim podemos crer coerentemente no segundo sem crer no primeiro.
(**) Notai como nosso Senhor, ao ler na sinagoga em Nazaré (Lucas 4:16-20), deteve-se no meio desse verso porque o resto do verso não tinha que ver com seu primeiro advento, mas com o segundo. De igual maneira, o que quer que haja na visão de Ezequiel que não se ajuste ao reino de Cristo na Terra podemos considerar como não se aplicando a ele.
*Outro argumento de nossos oponentes quanto ao sentido de “todo Israel” (Rom. 11:26) é que se refere ao resíduo de eleitos entre os judeus e não à nação inteira; mas os vs. 16 e 25 fazem isto muito insustentável a todos que põem a verdade acima de uma teoria. O primeiro vs. argúi que os eleitos restantes no tempo de Paulo foram as “primícias” e tanto quanto estas primícias foram santas, “a massa (a nação em perspectiva) também o é”. Então, como previamente assinalamos . O último vs. nos informa que a cegueira da nação não é somente parcial, mas também temporária, existindo só “até que a plenitude dos gentios haja entrado”.


Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos
Revisão:Luis Antonio dos Santos
Fonte: www.obreiroaprovado.com

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